Congresso assinalou 90 anos de presença em Portugal
Lisboa, 11 nov 2013 (Ecclesia) – O professor universitário e comentador político Marcelo Rebelo de Sousa considera que o “sucesso” do Escutismo se deve à forma como este “percebeu” a importância da formação das crianças e da juventude.
Durante o congresso do Corpo Nacional de Escutas (CNE) realizado entre sábado e domingo, em Lisboa, Rebelo de Sousa realçou à Agência ECCLESIA que o Escutismo conseguiu ler a realidade antes do tempo e “quando a criança ainda não era o centro das preocupações que hoje é” e a juventude ainda não era “uma categoria social autónoma”.
A comemorar nove décadas de existência em Portugal, o CNE propõe uma “forma de educar diferente daquelas que existiam e daquelas que existem hoje”.
Partindo do tema ‘Escutismo: Educar para a vida no século XXI’, o congresso comemorativo contou com uma intervenção do docente sobre a “evolução do mundo, Europa e Portugal” para se perceber como em 90 anos “tudo mudou, mas há valores e lições que valem para o futuro”.
Neste período de crise é fundamental “afirmar os valores” contra “o relativismo e contra o vale tudo”, acentuou.
Apesar de não ignorar que existem novas exigências – como a internet e peso dos meios audiovisuais – o Corpo Nacional de Escutas tem a noção que atualmente é “mais difícil ser portador da mensagem escutista”, mas também “é mais necessário”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
A “grande instituição de inspiração cristã” no domínio da formação é “o Corpo Nacional de Escutas” portanto, “largamente o que for o sucesso do escutismo é o sucesso da formação de crianças e de jovens cristãos em Portugal”, considerou o professor universitário.
Na primeira palestra da tarde de sábado, o professor Joaquim Azevedo, da Universidade Católica Portuguesa, falou da importância da educação.
“Há um mito de que temos uma sociedade bem informada. Mas é bem que saibamos que a sociedade de informação é uma sociedade do encobrimento, da desinformação, que coloca os cidadãos do mundo inteiro diante de um filme que pouco lhes diz sobre o que se passa realmente e nos cria hábitos perversos sobre o que se passa à nossa volta”, destacou o especialista.
O congresso contou com 673 dirigentes inscritos, 74 observadores (caminheiros, pais, académicos, outros interessados) e uma equipa de organização com 81 pessoas.
O CNE foi fundado no dia 27 de Maio de 1923, por ação de D. Manuel Vieira de Matos, arcebispo de Braga, e está atualmente presente em todas as dioceses de Portugal.
LFS/CNE/OC