O Corpo Nacional de Escutas (CNE) comemora este ano 80 anos de existência. A grande festa está marcada para 17 de Maio, em Guimarães, cidade berço da nacionalidade portuguesa e região berço do CNE que nasceu há oito décadas, na Região de Braga. Mas, para além destas comemorações, o CNE vai este ano andar ocupado com a realização de um grande encontro Europeu que reunirá no nosso país cerca de 3 mil jovens oriundos de toda a Europa. “Pela primeira vez Portugal vai organizar um evento europeu”, afirmou à Agência ECCLESIA Luís Lidington, Chefe Nacional do CNE. Trata-se de uma iniciativa chamada Rover Way promovida pelo Bureau Europeu e cuja organização está a cargo do CNE. Um evento que está a ser organizado há dois anos e que projecta Portugal na cena do escutismo internacional. Será mais um evento internacional realizado no nosso país a juntar ao recente encontro que congregou, no Seminário da Torre d´Aguilha, dirigentes Escutistas de países da Europa e do Mediterrâneo. Estes dois acontecimentos estão na linha da frente da nova equipa directiva do CNE que tomou posse no passado dia 15 de Fevereiro. Mas ao longo dos próximos 3 anos outras apostas fazem as prioridades do Corpo Nacional de Escutas. Sendo o maior Movimento de jovens do país (com mais de 70 mil associados) o CNE vê na formação de dirigentes a grande aposta a curto e médio prazo. “ A qualidade dos jovens que temos tem a ver com a capacidade dos nossos dirigentes” afirma Luís Lidington. Adultos são cerca de 10 mil que prescindem de fins de semana, feriados e até férias para cuidarem da formação dos mais novos. São eles que têm por missão “fomentar a participação dos jovens na vida da associação”. Esta será uma segunda prioridade do CNE como adiantou à Agência Ecclesia Helena Leite, Secretária Nacional para o Desenvolvimento. Ter “visão e estratégia” é outra das prioridades do CNE de forma a saber para onde caminha e os projectos que quer desenvolver. O estreitar de relações entre as várias Regiões e a flexibilização da orgânica do próprio Movimento são outras prioridades . “Pretendemos durante estes próximos 3 anos, fazer uma revisão estatutária” afirma Luís Lidington. Com oitenta anos de vida, com cerca de 70 mil associados e com uma equipa directiva acabada de tomar posse, renasce novo espirito neste Movimento juvenil situado na fronteira do diálogo entre a igreja e a sociedade. Para o recém Assistente Nacional do CNE, o Padre Joaquim Nazaré este Movimento “deve ser dos Movimentos que mais tem capacidade de manter os jovens ligados à igreja”. Revelar o Património Religioso É uma parceria entre o Patriarcado de Lisboa e o Centro Nacional de Cultura (CNC). A iniciativa chama-se Jornadas Pedagógicas e tem como objectivo “dar a conhecer o património cultural e artístico existente no Patriarcado”. Quem o diz é Teresa Ferreira Gomes, Secretária Geral do CNC que vê nesta iniciativa uma oportunidade de abranger públicos “que têm uma capacidade multiplicadora”. Ou seja, dá-se formação a determinados agentes culturais que têm por missão transmitir esses conhecimentos ao público em geral. Para já estão programadas três sessões de formação. A primeira teve lugar nos passados dias 21 e 22 de Fevereiro e abordou o Património Artístico e Religioso ao Serviço do Desenvolvimento Local. D. Tomaz Silva Nunes, Bispo Auxiliar de Lisboa, que abriu os trabalhos desta acção de formação afirmava à Agência ECCLESIA que estava a falar “para funcionários de Câmaras, autarquias e instituições locais”. Nestas primeiras Jornadas Pedagógicas esteve em análise o valor estético, catequético e cultural do património religioso e a responsabilidade da sociedade civil na sua valorização, conservação e produção. José António Falcão defendeu o papel do voluntariado nesta área, numa altura em que o Estado tem dificuldade em fazer face a todos os compromissos. Para o Director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja o papel do voluntariado poderá passar pela “organização de pequenos museus e pequenos circuitos que venham a integrar muito do património religioso que está fechado”. Depois da boa aceitação destas primeiras jornadas dirigidas aos agentes autárquicos seguem-se mais duas. A segunda terá lugar já no próximo mês de Março e será dirigida a professores e encarregados de educação. Em Maio as Jornadas Pedagógicos serão dirigidas aos agentes de turismo. Dirigidas a públicos diferentes têm, no entanto, duas grandes áreas em comum: “uma visão geral sobre os bens culturais da igreja e o seu valor estético, cultural e artístico” refere D. Tomaz Silva Nunes. Uma iniciativa que junta agentes de autarquias, educadores e agentes de turismo numa acção de formação capaz de aprofundar o conhecimento dos bens culturais da Igreja e assim melhor contribuir para a sua valorização, divulgação e conservação. E aliando a teoria à prática, destas jornadas, faz sempre parte uma visita onde o património é visto e estudado ao vivo.
