Clima: Agências católicas de desenvolvimento criticam acordo de Durban

Cimeira falhou na proteção aos países mais pobres, diz a CIDSE

Lisboa, 12 dez 2011 (Ecclesia) – A CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento, manifestou a sua insatisfação com os resultados da cimeira do clima que se concluiu este domingo em Durban, África do Sul, considerando que não “salvaguardam os países mais vulneráveis”.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a organização considera que o documento “não é suficiente para prevenir perigosas alterações climáticas e os seus impactos nos países em desenvolvimento”.

Depois de duas semanas de negociações em Durban, os mais de 190 países participantes na conferência, anunciaram ter obtido um acordo para prolongar o Protocolo de Quioto, em vigor até final de 2012, com o objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, na origem das alterações climáticas.

As 16 organizações católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte – nas quais se inclui a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal – saúdam estas negociações, que classificam como “um passo para a construção de um regime climático global”.

A CIDSE destaca ainda a operacionalização do Fundo Climático Verde, mas lamenta a “falta de ambição política” nas decisões destinadas a “mitigar” as alterações no clima e “financiar” o seu combate.

Essa situação, pode ler-se, “coloca num risco ainda maior a justiça climática e as comunidades vulneráveis, quando elas são as menos responsáveis pelos atuais níveis insustentáveis de emissões de gases com efeito de estufa”.

“É preciso fazer muito mais”, diz o secretário-geral da CIDSE, Bernd Nilles.

Para a organização, um acordo global sobre a redução de emissões “apenas vai contribuir para resolver a crise do clima se for legalmente vinculativo e apenas será justo se as metas para reduções de emissões forem definidas tendo como base a contribuição histórica de cada país para os atuais níveis”.

A ministra do Ambiente de Portugal, Assunção Cristas, por seu lado, saudou o “lançamento de um roteiro para a conclusão de um acordo juridicamente vinculativo, que inclui todos os países no combate as alterações climáticas”.

Para o Governo nacional, a Conferência de Durban constitui um “marco histórico” nas negociações internacionais de clima.

OC

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Agência ECCLESIA

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