Clero: Padres convidados a trazer discussão sobre Deus para a praça pública

Ex-deputada Zita Seabra e presidente da Renova marcaram presença no Simpósio Nacional que reúne meio milhar de participantes

Fátima, Santarém, 05 set 2012 (Ecclesia) – A ex-deputada Zita Seabra pediu aos padres portugueses que colaborem na discussão sobre o “divino”, para que a Igreja vá ao encontro de quem não tem fé.

“Dá a sensação de que Deus desapareceu das preocupações, as pessoas não se interrogam sobre o sentido da vida ou a existência de Deus”, disse a editora à ECCLESIA, após a sua conferência na abertura do 7.º Simpósio Nacional do Clero, que decorre entre terça e sexta-feira, em Fátima.

Zita Seabra, o padre Nuno Rosário Fernandes e Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova, juntam-se num painel para falar sobre ‘Experiências da fé’.

A ex-deputada apelou a uma maior aposta no acolhimento, dentro da Igreja, para contrastar com uma sociedade de gente “mal disposta”.

Para esta editora, “uma sociedade sem fé é uma sociedade vazia, que não se interroga”, uma situação que desafia os católicos a estarem presentes.

“A Igreja tem de pregar numa sociedade onde há várias religiões, várias crenças, e por isso é cada vez mais exigida uma evangelização que fale de fé e de razão”, prossegue.

Zita Seabra reforçou a ideia de que o encontro com a fé já não se faz na família ou na sociedade, mas “através da razão”.

Paulo Pereira da Silva afirmou à ECCLESIA, por sua vez, que a presença da fé no seu quotidiano é uma “questão de coerência” e de “viver aquilo em que se acredita”.

“Isso é um trabalho diário, um treino, uma inquietação”, acrescenta.

Este responsável considera que muitos cristãos se “deixam levar” no movimento que remete a fé para uma esfera privada.

“Acreditar que Jesus Cristo ressuscitou, que é o Filho de Deus, implica na minha vida quase uma revolução, quase ser um insurgido”, precisou o gestor.

O padre Nuno Rosário Fernandes destacou, por seu lado, o trabalho na comunicação social, que “chega a muita gente” e que procura fazer “em comunhão”.

“O padre não deve agir por conta própria, mas numa estrutura, a Igreja, que tem uma cabeça”, afirma o sacerdote e jornalista do Patriarcado de Lisboa.

O encontro, da responsabilidade da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, é dedicado ao tema ‘O Padre, Homem de Fé – do Mistério ao Ministério’, com cerca de meio milhar de participantes de várias dioceses.

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo encerra o encontro, na sexta-feira, com a conferência «O padre, peregrino da fé».

PTE/OC

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