Clero dos Açores atento aos desafios contemporâneos

De 2 a 6 deste mês, o clero da diocese de Angra esteve em formação. O Apóstolo Paulo e a espiritualidade do presbítero foram os temas centrais desta acção realizada na Ilha de S. Miguel. A Agência ECCLESIA recolheu testemunhos de vários padres que participaram nesta iniciativa. Mais valia Ao terminar a formação para o clero, nos Açores, apraz-me testemunhar, no âmbito da formação permanente preconizada na «Pastores Dabo Vobis», que esta semana promovida pela Diocese de Angra foi uma mais valia de grande qualidade para os participantes pela oferta a vários níveis dos intervenientes convidados por D. António Braga. No primeiro dia tivemos a oportunidade de revisitar os escritos de São Paulo, com o Pe. Teodoro Medeiros que apresentou num contexto “sui generis” os afectos e desafectos da pessoa, do judeu culto, do apóstolo e das suas realizações, foi de uma conveniência assertiva no contexto das celebrações do Ano Paulino. No segundo dia, uma visita guiada na história por D. Carlos Azevedo sobre o estilo da vida do padre como presbítero, apóstolo, clérigo, sacerdote e pastor. Também presentes os traços do ministério do presbítero como testemunha, missionário, pastor, irmão, servidor, misericordioso, na actualidade com os desafios inerentes para o terceiro milénio. No terceiro dia, numa perspectiva mais fundamental e profunda olhamos muito de perto o «padre ao serviço da palavra» com os seus critérios, meios e caminhos próprios, tendo em conta, pela oração, que o ser padre é ser pastor apaixonado por Deus. “Só é possível orar pelo silêncio”. João Soalheiro partilhou connosco uma pouco da sua vida e da sua experiência, sensibilizando-nos para o património a preservar como meio para evangelizar. No quarto dia, pela eucaristia e pela liturgia o padre identificado como o irmão que preside, sendo reflexo da seu estilo de vida eucarístico. A liturgia também foi abordada como fonte e cume de toda a vida cristã. No último dia foram tocados horizontes da misericórdia que o padre deve irradiar, viver, promover ousando uma proposta de felicidade. Este momento de formação foi um tempo rico, belo e profundo. Obrigado a Deus. Bem haja D. António Braga. Pe. José da Encarnação Compromisso Pastoral Participei na semana de formação permanente para os padres da nossa diocese, orientada com muita actualidade e beleza, pelo bispo D. Carlos de Azevedo, onde houve reflexão, debate e que decorreu num clima de sincera e alegra comunhão. Para mim, foi um mergulhar na dimensão histórica do estilo de vida do padre, onde a problemática do ministério presbiteral, hoje; foi traduzida nas exigências do Padre ao serviço da Palavra-missionária, da Liturgia que pede que ele seja um homem eucarístico e do Serviço Fraterno que aponta para o seu estilo de homem misericordioso. Pessoalmente, neste ano Pastoral e Paulino, em que somos convidados a ir ao coração da fé e à sua transmissão hoje como programa pastoral na nossa Igreja Local; reforei, esclarecendo e renovando o cerne necessário para que como padre pároco e com outros serviços pastorais diocesanos que tenho; exerça, assim como “hospedeiros do Espírito Santo” o ministério da síntese sem pretender ter a síntese dos ministérios. Estes foram dias por aqui climaticamente chuvosos e frios, mas quentes e serenos na espiritualidade e no compromisso pastoral. Então, agora a ideia é esta: Faz isto e viverás bem como presbítero no itinerário desta tua igreja que é una, santa, católica, apostólica, açoriana e em comunhão com Roma. Pe. José Constância Desafios do presbítero Ser presbítero, no contexto da igreja e do mundo actual, é um grande desafio. Este desafio requer uma preparação e uma espiritualidade esclarecida. O encontro que findou esta sexta-feira, sob orientação de D. Carlos Moreira Azevedo, foi um momento oportuno para se repensar o Ser Presbítero. Enviados por Jesus, os presbíteros são os seus servidores à luz da Palavra para que continuem a Missão que Jesus confiou à sua Igreja. Pelo testemunho cristológico, como pastores e irmãos pelo baptismo, serão mais presbíteros, quanto mais misericordiosamente actuarem. Servidores da Igreja, configuram-se à Palavra e transportam-na para a sua vida para que chegue aos outros filhos amados; não pela sua própria capacidade, mas auxiliados pelo Espírito Santo. O presbítero é o rosto de Jesus; mas é também canal para a humanidade se aproximar do Filho, e com Ele, do Pai. A importância deste encontro, para mim, está no avivar a memória e no aprofundar a minha vida espiritual. Participei com entusiasmo, procurando uma ajuda para os meus, ainda frescos anos como presbítero. Termino esta semana mais comprometido e com consciência que o caminho que está à minha frente vai ser mais exigente do que foi até aqui. Saí também mais convencido que a tarefa que me foi confiada tem que ser colocada mais nas mãos de Deus. Finalizo, afirmando que, embora ainda falte muito caminho para percorrer, estou esperançoso, porque conto com a força de Deus na actuante força do Espírito Santo alicerçado no exemplo e na pessoa de Jesus. Ser presbítero não é glória, é amor encarnado numa limitada criatura, que quanto mais amar, mais cumpre a sua valiosa missão de baptizado e mais próximo traz o Filho ao mundo que é seu. Ele que veio para o que era seu e os seus não o receberam, como diz a Escritura. Pe. Paulo Silva Discernir caminhos interiores Neste ano em que a Igreja decidiu volver uma olhar mais atento à figura de S. Paulo, de 2 a 6 de Fevereiro, no Centro Missionário do Sagrado Coração de Jesus, reuniu-se na Ilha do Arcanjo o Clero Diocesano, no contexto da Formação Permanente do Clero, com a preocupação de discernir caminhos interiores, no que se refere à dinâmica, significado e significância do ser Padre no Hoje. Este momento de formação foi orientado pelo abundante Carisma de D. Carlos Moreira de Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, a convite de D. António de Sousa Braga. Além de um momento de partilha e confraternização, foi deveras, não só uma oportunidade de despertar para a realidade hodierna, mas, um verdadeiro desafio no abrir horizontes para um melhor amanhecer da fé no caminho do Futuro, do concreto da Comunidade Humana chamada a viver à Luz do Amor que brota da Trindade Santa. Pe. Valter Resende Notícias relacionadas • Cansaço e desalento do clero preocupam bispo de Angra • Arquivo Histórico Diocesano nasce nos Açores

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