Ter uma pastoral à altura dos desafios implica «conhecer as perguntas que as pessoas fazem», alerta o cónego José Morais Palos
Portimão, 17 jan 2017 (Ecclesia) – O presidente do Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE) disse hoje que a Igreja Católica tem de estar mais presente e próxima das pessoas, pois só assim continuará a ser resposta face aos desafios da sociedade atual.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, no âmbito do encontro de formação para o Clero do Sul que está a decorrer em Portimão, o cónego José Morais Palos realçou que “a comunicação é um elemento fundamental” na pastoral católica.
Para aquele responsável, “mais do que comunicar conteúdos”, a Igreja Católica deve apostar em “conhecer as perguntas que as pessoas fazem”.
Este ano, a formação dos bispos, sacerdotes e diáconos do Clero do Sul está centrada no tema ‘Levar Cristo às periferias humanas e existenciais: os novos areópagos’.
O evento conta com a participação de figuras como o selecionador nacional de futebol e atual campeão da Europa, Fernando Santos, e o diretor da revista ‘La Civiltà Cattolica’ em Roma, o padre jesuíta italiano Antonio Spadaro.
Sgundo o presidente do Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE), que está envolvido na organização desta atividade, o tema em debate “diz muito às dioceses do sul” do país.
“Se calhar porque estamos um pouco periféricos, tendo em conta a distribuição geográfica pelo território, e também do ponto de vista humano e existencial e da vivência cristã, estas dioceses parece que trabalharam sempre mais com zonas periferias do que com o centro”, salienta o cónego José Morais Palos.
Este desafio da Igreja Católica ir às periferias, que partiu do Papa Francisco, faz todo o sentido para o sacerdote, já que é mais fácil compreender a realidade “a partir das periferias do que do centro, onde se está confortável”.
“Se bem que a realidade contemporânea, a cultura atual, nos aponta também outras periferias que não as geográficas”, lembra aquele responsável.
O encontro do Clero do Sul em Portimão, que se vai prolongar até esta quinta-feira, conta ainda com a participação de Guilherme d’Oliveira Martins, antigo membro do Governo e atual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, do musicólogo Rui Vieira Nery e de Rui Marques, coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados.
A comunicação e as redes sociais, os projetos media ao serviço da evangelização, as prioridades na pastoral da Igreja Católica e as boas práticas já existentes serão outras questões a abordar durante os próximos dias.
PR/JCP
