Cinema: Um Mundo, Múltiplos Universos em «Alice no País das Maravilhas»

Com 115 anos de idade, a história da pequena Alice e das suas aventuras no País das Maravilhas que a prodigiosa mente de Lewis Carrol inventou permanece intacta à passagem do tempo. Tão intacta que está prestes a aventurar-se nas nossas salas de cinema numa magnífica mistura de novas tecnologias cinematográficas, com efeitos visuais impressionantes, entre imagem real e animação.

Pois é entre realidade e imaginação que Tim Burton, realizador de filmes tão fantásticos como “O Grande Peixe”, “Charlie e a Fábrica de Chocolate” ou “A Noiva Cadáver”, cumpre a linha de fantasia do autor britânico da Rainha de Copas, do Humpy-Dumpty, do Chapeleiro Louco e de tantas outras extraordinárias personagens, acrescentando-lhe tudo aquilo que a imaginação fílmica e os avanços tecnológicos podem dar na versão cinematográfica.

Num registo geral de significativa qualidade, é de elogiar a belíssima e surpreendente prestação na pele de Alice da jovem actriz australiana Mia Wasikowska, cujo trabalho mais conhecido e aclamado aconteceu em “That Evening Sun”, infelizmente não chegado a Portugal. Maior aplauso ainda merece o extraordinário e versátil Johnny Depp por mais uma retumbante prestação, agora como Chapeleiro Louco”, ao celebrar, desde “Eduardo Mãos de Tesoura”, duas décadas e sete filmes em colaboração com Tim Burton.

Recorde-se que entre todas as incursões ao mundo do imaginário infantil do actor já premiado pela carreira em Berlim, “À Procura da Terra do Nunca”, de Marc Forster, deu a Depp a oportunidade de encarnar o autor das aventuras de Peter Pan.

Voltando ao destaque de estreias da semana, com diálogos deliciosos, num registo que progride da essência do conto para o épico, a incursão de Alice no País das Maravilhas segundo Tim Burton tem tons de risco, de delírio e aventura, toques de humor e momentos enternecedores capazes de tocar, não uma, mas mais gerações de cinéfilos!

Margarida Ataíde

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