Cinema: Signis no Festróia

Depois de, ao longo de décadas, a OCIC (Organização Católica Internacional do Cinema) ter criado um sólido prestígio em todo o mundo, a sua fusão com a UNDA, dedicada à Rádio e Televisão, veio dar origem a uma nova organização, a Signis, que vem progressivamente a reforçar a sua afirmação. Herdando a responsabilidade da atribuição do Prémio, agora Signis, em muitos festivais de cinema, mantém desde final dos anos 80 o Festroia entre os festivais em que participa. No ano corrente o Júri foi constituído por Terry Hermano, das Filipinas, Joanna Pacana, da Polónia, Florian Kroppel da Áustria e dois portugueses, Manuel Gil Fernandes e o autor destas linhas. Depois de acompanhar as Sessões do Festroia no que respeita à sua Secção Oficial de filmes a concurso, o Júri atribuiu o Prémio Signis ao filme suíço «Die Herbstzeitlosen» («Juventude Tardia»), da realizadora Bettina Oberli, justificando a escolha nos seguintes termos: “O filme brilha, com humor e poder de observação, ao contar a história de uma viúva de 80 anos numa pequena vila suíça onde recupera não só a alegria de viver mas também uma identidade criativa, com a ajuda de amigas igualmente de idade avançada. Na nossa cultura cinematográfica orientada para a juventude o filme é uma chamada de atenção encantadora de que, definitivamente, a vida não acaba com a idade da reforma podendo os cidadãos da terceira idade manter um papel e contribuição para a sociedade se a comunidade respeitar os seus direitos para poderem conduzir a sua vida com dignidade e um verdadeiro sentido de auto-estima.” Sabemos que o Cinema Suíço raramente tem oportunidade de estreia em Portugal – sobretudo depois de, a partir de 1997, Alain Tanner ter saído da lista dos preferidos dos distribuidores – mas esperamos que esta seja uma oportunidade de retomarmos contacto com as obras de um país de reduzida produção mas que tem trabalhos de indiscutível interesse. Francisco Perestrello

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Agência ECCLESIA

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