Foi mais uma noite de expectativa a que juntou na madrugada desta segunda-feira milhares de cinéfilos em torno da cerimónia de entrega dos Golden Globes, os Globos de Ouro.
Promovida pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, a noite teve o seu lugar habitual em Beverly Hills e reconheceu pela terceira vez George Clooney como o melhor ator do ano na categoria de drama (longa metragem) pelo seu papel em “Os Descendentes”.
Receberam também a cobiçada estatueta os atores Meryl Streep , a “Dama de Ferro” – encarnando a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher –; Jean Dujardin, “O Artista” do filme homónimo – aguardada homenagem à essência do cinema; e Michelle Williams, a extraordinária atriz de “Wendy e Lucy”, “O Atalho”, “Blue Valentine – Só tu e eu”) e agora de “A minha semana com Marilyn”.
Para além dos prémios de desempenho, “Os Descendentes” (drama), “O Artista” (musical), “Uma Separação” (filme estrangeiro) e “A Invenção de Hugo” (realizador, Martin Scorsese) foram os grandes vencedores desta noite.
Alexander Payne (“Sideways” e “As Confissões de Schmidt”) regressa com “Os Descendentes”, adaptação do romance da escritora havaiana Kaui Hart Hemmings, ao universo puramente masculino, jogando com as noções de sexo forte e fraco em relação ao feminino, investindo em mais uma abordagem bem definida e totalmente descomplexada.
Mas não só. É ainda marco seu uma justa combinação de humor e drama na forma como dá volume e densidade às personagens e suas histórias. Não em doses iguais, mas aplicada caso a caso. Ora aqui o caso é sério, moderadamente dramático e pouco humorístico.
Matt King (George Clooney) é um pai de família a braços com duas filhas rebeldes desde que a mulher caiu num coma profundo e irreversível. Longe do idílio sobre a vida no Havai, onde vive, dá o seu melhor para manter a família unida e prepará-la para a perda de Elizabeth.
É então que descobre um segredo capaz de perverter toda a noção do seu casamento…
Margarida Ataíde