Cinema: Juntos ao Luar

Será possível estarmos juntos, ao luar, a ver um filme que não seja a céu aberto? Segundo a última obra de Lasse Hallström é! “Juntos ao Luar” é, nem mais, o próximo filme a estrear do realizador sueco de “Regras da Casa”, “Chocolate” ou “Casanova” (lembram-se? Protagonizado pelo desaparecido Heath Ledger…?).

Baseado no popularíssimo romance de Nicholas Sparks, autor de obras bem concorridas entre jovens e adolescentes como é este o caso, além de “O Diário da Nossa Paixão”, “Juntos ao Luar” segue a história de John Tyree, um soldado americano na casa dos vinte que, órfão de mãe, mora apenas com o pai, um homem sofrendo de uma doença do espectro autista que vive mergulhado no seu mundo peculiar, feito de colecções de moedas e de silêncio. Começa por ser a história de John, próxima da guera pós 11 de Setembro de 2001, mas rapidamente passa a ser a de Savannah Curtis também quando se apaixonam. A princípio tudo corre bem entre os dois mas, à medida que ambos vão mergulhando mais a fundo na vida um do outro, tocando áreas mais sensíveis do que cada um na realidade e na globalidade é, – contexto familiar, social, profissional e o decurso da própria história incluídos – as coisas complicam-se. Na hora de fazer algumas opções, John e Savannah acabam por se distanciar ficando por descobrir, até ao fim do filme, se serão capazes de suprimir as barreiras que os afastam para cumprir o amor que os une.

É certo, sobretudo para quem já tenha lido o livro, que estamos perante um enredo recheado de excelentes temas de exploração: o amor, a guerra, a aceitação da diferença (patológica, social), a maturidade afectiva… e tudo isto está lá de facto. Contudo, aquém do romance original, Lasse Hallström opta por uma abordagem semelhante ao de um voo raso sobre o solo rico de Sparks, em que vemos um pouco de tudo mas sem nos podermos apear e, assim, para degustar, há quase nada…

Margarida Ataíde

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