Cinema: Ficheiros Secretos em Novo Rumo

Depois do grande êxito obtido pela série de televisão «X-Files» produzida entre 1993 e 2002 chega agora a segunda longa-metragem abordando o tema e personagens de então. Chris Carter, o criador da série, toma os comandos como realizador, além de ser co-argumentista; David Duchovny e Gillian Anderson retomam os papéis de Fox Mulder e Dana Scully. E assinm nasce o novo filme: «Ficheiros Secretos: Quero Acreditar». Só a presença dos dois principais actores – e, até, de Mitch Pileggi no breve papel de Walter Skinner – constituem uma sólida ligação ao passado, uma vez que, infelizmente, se abandona o espaço e os extraterrestres para se centrar a acção na busca de uma rede criminosa de intenções bem terrenas. De permeio, como único ponto insólito, um padre visionário vai orientando o FBI e o próprio Mulder, fornecendo pistas invisíveis ao comum dos mortais. Desta forma o que se torna a linha central do filme é um a acção dentro do género policial ou thriller, com tentativas, mesmo que superficiais, de apelar à moral e aos bons costumes. Tentando abarcar problemas que são actuais nos Estados Unidos o padre é acusado de pedofilia e procura obter o perdão de Deus e dos homens, dedicando-se à salvação de terceiros. Os criminosos, tema também actual, traficam órgãos humanos e realizam outras experiências em pacientes vivos, selectivamente raptados. São obviamente boas as intenções, mesmo que o principal objectivo esteja na vertente comercial, suportada pela fama da série «X-Files» e nos seus bem conhecidos actores. Falta um pouco mais de suspense e não se atinge a utopia e o insólito que nos era dado pelo contacto com seres de outras partes do universo. Tudo se fica por uma história bem contada, em que se perdem algumas pontas na multiplicidade de temas e em que a lógica e a verosimilhança nem sempre são devidamente respeitadas. Francisco Perestrello

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Agência ECCLESIA

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