Cinema: Avatar

Doze anos depois do mega sucesso “Titanic”, o filme de maior orçamento da história do cinema que romanceou de forma inesquecível e empolgante o trágico destino do mais portentoso paquete de sempre, que se julgava “nem Deus poder destruir”, o realizador James Cameron regressa com mais uma super produção: Avatar.

Avatar não é apenas mais uma forma dispendiosa – embora rentável – de fazer cinema, mas uma maneira de o elevar a uma qualidade técnica francamente assinalável.

Nascido da prodigiosa imaginação de Cameron, há cerca de quinze anos, o argumento e projecto do filme esperaram pacientemente por um desenvolvimento tecnológico capaz de dar o corpo e vida cinematográficos merecidos a esta história projectada no futuro, mais exactamente, em 2154.

É neste futuro que um fuzileiro americano desperta de um sono criogénico (o que poderíamos traduzir vulgarmente como um estado de congelação) para se encontrar no Planeta de Pandora, onde uma empresa faz tudo para possuir um mineral capaz de resgatar a Terra da crise energética em que se encontra. Cabe então ao fuzileiro conduzir remotamente, através da sua mente, um ser azulado, um humanóide (o dito Avatar), concebido a partir de ADN humano e Na’avi (designação dos nativos de Pandora) que tem por missão imiscuir-se no processo de descoberta do precioso mineral. Neste processo, é também Jake, o fuzileiro, que se imiscui na tribo Na’avi, acabando por compreender e render-se aos seus valores e à sua cultura.

Sem sombra de dúvida um dos mais fantásticos filmes do ano, em género cinematográfico e virtude técnica, Avatar mistura uma série de referências de diversas origens, embora, infelizmente, sem as espraiar da forma mais profunda que mereciam.

Ressalvam-se as notas ecológicas do filme, com grande ênfase para o respeito pela Natureza e preservação dos recursos energéticos naturais.

Sem fugir ao simplismo temático ou a um final previsível, o filme é porém uma boa experiência visual, continuando a pedir-nos olho vivo e espírito aguçado para as nossas escolhas de entretenimento.

Margarida Ataíde

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