Nathalie conhece François numa circunstância pitoresca. O ímpeto de François, a sua energia criativa e o seu sentido de humor conquistam-na. Meses passados casam-se, encetando uma vida de sonho a dois. Eis senão quando, Nathalie é surpreendida pela notícia da morte do marido num acidente.
Os tempos que se seguem são difíceis, com a jovem viúva a tentar lidar com o sentimento de perda, o trabalho e os conselhos dos amigos para que refaça a sua vida.
Um episódio insólito com Markus, um colega de trabalho, desperta em Nathalie um sentimento ambíguo… estará preparada para viver um novo amor? Ou será este o princípio de uma grande e bela amizade?
Com um percurso de vida e profissional bastante versátil, marcado pela ligação a várias áreas artísticas, David Foekinos, nascido em Paris em 1974, inicia os seus estudos literários na Sorbonne. Em 2002, publica o primeiro romance.
Sete anos mais tarde, com sete romances já editados e uma carreira como músico de jazz e professor reconhecida, escreve “La Delicatesse” que lhe vale o Prix des Dunes, prémio atribuído pelo corpo de estudantes da Escola de Notre Damme des Dunes.
A determinação de se encarregar da adaptação do romance ao cinema segue uma primeira experiência atrás das câmaras, com a divertida curtametragem “Une histoire de pieds” .
“A Delicadeza”, versão cinematográfica que agora estreia, em que o realizador repete a colaboração com o irmão Stéphane e a sua predileção pelo humor e o insólito, é uma história que combina com grande leveza os tons de drama, romance e comédia.
Focando-se no contributo da genuína amizade para o fortalecimento da relação a dois e a delicadeza de trato que essa construção implica, os irmãos Foekinos conseguem atingir a simplicidade e encanto necessários para cativar a atenção do espetador sem lhe exigir grande aprofundamento.
Um argumento pouco elaborado e um par de atores com desempenhos naturais e moderados são outro dos ingredientes chave para um filme capaz de proporcionar um bom momento de entretenimento.
Margarida Ataíde