Cinco diáconos ordenados em Viana

A Diocese de Viana do Castelo, apesar da crise vocacional que grassa na Europa, rejubilou ontem com a ordenação de cinco jovens diáconos dos arciprestados de Viana, Ponte de Lima e Monção. Na Sé Catedral a rebentar pelas costuras com os amigos e familiares dos cinco jovens «corajosos », como lhes chamou o prelado diocesano, que deram o primeiro passo no ministério da Ordem, ficou a mensagem da renovação e de que o Senhor continua a escutar a oração do seu Povo, logo ontem na abertura da Semana de Oração pelas Vocações. A Arcélio José Pereira de Sousa (de Poiares, Ponte de Lima), Nelson da Rocha Barros (também de Poiares, Ponte de Lima), Ricardo José Carreira Esteves (Tangil, Monção), Rui Filipe Gonçalves Rodrigues (Podame, Monção) e César Manuel Araújo Maciel (Santa Maria de Geraz do Lima, Viana do Castelo), D. José Pedreira chamou a atenção para a necessidade de manter uma relação profunda com as Escrituras «como fundamento da fé», seja do ponto de vista da «utilidade pessoal (lectio divina)», seja para saber «dar a razão da nossa fé àqueles que forem confiados ao nosso ministério e aos que se cruzarem connosco no caminho da vida». «A formação não tem limite de idade, nem serve apenas para obter um título académico», disse o Bispo de Viana aos novos diáconos, frisando que sem «formação permanente» correm o risco de se tornarem «pessoas estratificadas e cristalizadas no ministério, incapazes de responder às novas situações e necessidades da Igreja, dos fiéis e do mundo». Por outro lado, D. José Pedreira recomendou aos novos diáconos que façam da Eucaristia o centro do seu ministério, porque ela é «fonte da energia espiritual» necessária e cume da «perfeição cristã a que devemos aspirar», sublinhando que a partir deste estado de vida têm «acrescidas razões para viver em plenitude o mistério eucarístico». Diocese sem diáconos permanentes O prelado quer que estes jovens, que fizeram a sua opção pelo ministério sacerdotal ordenado, vivam desde já o «espírito de serviço ao Povo de Deus», sabendo que um dia uma porção lhes vai ser confiada pastoralmente. Além disso, desafiou-os a assumirem o «sério» compromisso de comunhão eclesial, com o bispo e com o presbitério e também com cada um dos presbíteros. «A fidelidade aos nossos compromissos com o Senhor», numa sociedade cuja filosofia praticada vai no sentido do mais fácil e evitar tudo o que possa implicar sofrimento, «envolve saber superar os incómodos e os sofrimentos, as incompreensões e os desafios que nos são dirigidos». Para levar por diante esta missão, referiu o Bispo de Viana do Castelo, devem ser lembrados os Apóstolos e tantos outros discípulos de Jesus que, durante estes dois milénios de cristianismo, «nos legaram um testemunho de fidelidade e heroicidade ao serviço da Igreja e da Boa Nova», manifestando-se mesmo «felizes por terem sido considerados dignos de sofrer pelo nome de Cristo». Para D. José Pedreira, não é só a Igreja que tem necessidade deste ministério, mas também «a sociedade e o mundo». O prelado, ao regozijar-se com a Diocese por este acontecimento eclesial, cuja alegria «deve ser vivida ao nível de cada paróquia», lamentou contudo a falta do diaconado permanente. Paulo Gomes

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