Ciência: Morreu padre Luís Archer, pioneiro da biogenética em Portugal

Sacerdote jesuíta, de 85 anos, distinguiu-se na investigação científica e no ensino

Lisboa, 08 out 2011 (Eccelesia) – O padre e cientista português Luís Archer faleceu hoje, aos 85 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

De acordo com um comunicado da Companhia de Jesus, congregação religiosa a que pertencia o sacerdote, a morte deu-se “pelo meio-dia”, depois de ter sofrido uma “indisposição”.   

O padre Luís Archer é considerado um impulsionador da biogenética em Portugal, tendo participado na criação do Laboratório de Genética Molecular do Instituto Gulbenkian da Ciência, onde trabalhou durante mais de 20 anos.

Formado em Ciências Biológicas, pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto em 1947, interrompeu o seu percurso para entrar na Companhia de Jesus, tendo sido ordenado padre em 1959, na Alemanha.

Depois de estudar bioquímica e genética na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, regressou a Portugal no final da década de 60, assumindo a partir de então lugar de destaque na investigação científica portuguesa.

No meio da sua vida académica e religiosa, Luís Archer distinguiu-se como o primeiro presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, entre 1996 e 2001.

Em 2006, foi distinguido com o prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em nome da Igreja Católica, por “uma vida dedicada à humanidade que procurou cientificamente compreender melhor, mas uma vida sobretudo apostada em promover e elevar a humanidade”.

Dois anos depois, a Associação Portuguesa de Bioética, em colaboração com o Serviço de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, atribuiu-lhe o Prémio Nacional de Bioética.

Como legado, o cientista deixa ainda cerca de 250 trabalhos de investigação e seis livros publicados.

O funeral do sacerdote está marcado para este domingo, a partir das 15 horas, na igreja do Colégio de São João de Brito, no Lumiar.

O seu corpo seguirá para o cemitério dos Olivais, Lisboa, onde, segundo a sua vontade, será cremado.

JCP

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