Cidade deve estar ao serviço de um humanismo integral

Afirmou D. Jorge Ortiga na celebração do Dia de S. Geraldo D. Jorge Ortiga defendeu ontem que «a cidade deve estar ao serviço de um humanismo integral, onde todas as dimensões são devidamente equacionadas» e onde é fundamental «a dignidade da pessoa humana, que exige igualdade de tratamento e uma solidariedade efectiva, que harmonize as diferenças e destrua as distâncias económicas». O prelado falava na Sé de Braga, na Missa de S. Geraldo, o padroeiro da cidade, a qual foi concelebrada pelo Arcebispo emérito D. Eurico Dias Nogueira e outros dignitários da Igreja e que contou com a habitual participação do presidente da Câmara, vereadores, presidentes de Junta e outros autarcas. D. Jorge Ortiga notou que a cidade «é o centro para onde tudo converge e donde tudo parte e um hino onde todos apreendem», mas onde se conhece «a existência de muitos mundos que nada testemunham em termos de humanismo». O titular da igreja bracarense considerou mesmo que «em muitas áreas está a acontecer uma regressão», mas acredita que «o futuro da humanidade passa pela família», considerando que o concelho de Braga «teria outra fisionomia se testemunhasse a existência de uma única família, onde as desigualdades se atenuassem e as oportunidades fossem iguais para todos, não só nos discursos e iniciativas ocasionais mas no concreto». O prelado exortou os presentes para a importância de «intensificar uma nova mentalidade de solidariedade activa e de sensibilidade efectiva que congregue vontades para resolver muitos problemas que ainda existem», por forma a tornar o “milagre dos frutos” de S. Geraldo «um compromisso para que as comunidades sejam mais humanas» Na presença de muitos representantes do poder civil local, D. Jorge Ortiga notou que «o tempo do senhorio do Arcebispos está, graças a Deus, ultrapassado», mas «o actual regime de separação de poderes e a concretização de uma laicidade justa e positiva traz outras exigências». O prelado defendeu, por isso, que, nesta independência, «impõe-se que não se prescinda de instâncias e motivações éticas, que radicam na essência do homem e no seu estrutural sentido religioso». O Arcebispo de Braga lamentou também «a indiferença ou a promoção camufladade pseudo-valores, que possam querer significar irrelevância ou falta de consideração», apontando «uma tendência secularizante que, em tempo de presidência portuguesa da União Europeia, se acolhe dum modo acrítico, destruindo a identidade religiosa» nacional.

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