Chuva

Joaquim Mexia Alves, Diocese de Leiria-Fátima

Chove lá fora!

Aquela chuva miudinha que não pára e vai em empapando a terra, regando as plantas, engrossando as ribeiras e os rios, molhando tudo onde cai.

Se alguém se deixar ficar debaixo desta chuva, rapidamente fica completamente molhado, mas a chuva não passará das roupas, molha a pele, mas não entra no interior de cada um.

Aqui, junto a Ti, frente a Ti, no Santíssimo Sacramento, ouvimos a chuva, mas ela não nos toca, não nos molha.

No entanto, Senhor, se acreditamos, se cremos com a força da fé, acreditamos que também Tu “choves” em nós, ou melhor, nos enches com a Tua água viva que jorra do Teu lado aberto.

E são rios e torrentes que não param, aqueles que saem de Ti e se derramam sobre nós.

Mesmo impetuosos, não causou dano, mas apenas paz e tranquilidade.

É uma “chuva” que não nos molha por fora, mas nos lava por dentro e nos limpa de todo o mal.

Esta Tua “chuva”, que sai do Teu lado aberto, que vem do Teu infinito amor, é uma “chuva” quente, que nos purifica, e nos leva a querer sempre mais ser “molhado” por ela.

É a água da alegria, a água da paz, a água do amor, a água que acalma a dor, a água que derruba barreiras do coração, a água que “rega” a fé, a água que faz crescer o desejo de nos entregarmos a Ti, Senhor.

Dá-nos sempre desta “chuva”, desta água que nos faz renascer, porque ela vem de Ti, da Vida Nova que Tu nos dás por Tua vontade.

Não quero ser “barco” para navegar sobre a água da Tua “chuva”, quero antes ser “peixe”, nela estar sempre mergulhado, nela respirar, para que a Tua água seja sempre a fonte do meu viver.

Joaquim Mexia Alves

(Os artigos de opinião publicados na secção ‘Opinião’ e ‘Rubricas’ do portal da Agência Ecclesia são da responsabilidade de quem os assina e vinculam apenas os seus autores.)

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