China: Vaticano manifesta «grande preocupação» com bispo desaparecido desde maio

D. Pedro Shao Zhumin, nomeado pela Santa Sé, não é reconhecido pelo governo de Pequim

Cidade do Vaticano, 26 jun 2017 (Ecclesia) – A Santa Sé manifestou hoje “grande preocupação” com a situação de D. Pedro Shao Zhumin, bispo católico cujo paradeiro se desconhece desde maio.

O responsável pela Diocese de Wenzhou foi nomeado pelo Papa, mas não é reconhecido pelo governo de Pequim.

“A Santa Sé segue com grave preocupação a situação pessoal de D. Pedro Shao Zhumin, bispo Wenzhou, afastado de forma forçada da sua sede episcopal há já algum tempo”, refere o porta-voz do Vaticano, numa declaração divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé.

Greg Burke respondia a perguntas de jornalistas sobre o caso deste bispo, convocado por membros do Departamento dos Assuntos Religiosos a 18 de maio, sem que tenha sido voltado a ser visto.

“A Santa Sé, profundamente entristecida por este e por outros episódios semelhantes, que infelizmente não facilitam o caminho de entendimento, deseja que D. Pedro Shao Zhumin possa regressar quanto antes à diocese”, assinala a nota oficial.

O porta-voz do Vaticano pede ainda que sejam dadas garantias de que o bispo possa “desenvolver serenamente o seu ministério episcopal”.

O regime de Pequim criou em 1957 a Associação Patriótica Católica (APC) para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

O Vaticano considera ‘ilegítimos’ os bispos que receberam jurisdição da APC, sem autorização do Papa, e a comunidade fiel à Santa Sé vive de forma clandestina.

A agência católica ‘AsiaNews’ adianta que há mais de 30 bispos “clandestinos” na China que não são reconhecidos por Pequim.

Em maio, o Papa dirigiu uma mensagem de “comunhão” aos católicos na China, por ocasião do dia anual de oração que a Igreja dedica a estas comunidades (24 de maio).

“Digo aos católicos chineses: levantemos o olhar para Maria, nossa Mãe, para que nos ajude a discernir a vontade de Deus a respeito do caminho concreto da Igreja na China e nos ajude a acolher com generosidade o seu projeto de amor”, declarou.

Francisco foi o primeiro Papa a sobrevoar o espaço chinês, em agosto de 2014, tendo nessa ocasião enviado duas mensagens ao presidente Xi Jinping, pedindo que Deus abençoasse o país asiático.

OC

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Agência ECCLESIA

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