Cidade do Vaticano, 14 abr 2011 (Ecclesia) – O Vaticano convidou hoje as autoridades chinesas a um “diálogo sincero e respeitoso” para melhorar as relações com a Igreja Católica e “superar as dificuldades do momento atual”.
Em comunicado, responsáveis da Santa Sé aludem aos problemas de relacionamento entre a hierarquia designada pelo Papa e o regime de Pequim, que levou à divisão dos católicos chineses.
O documento foi publicado na conclusão da quarta reunião plenária da comissão criada em 2007, por Bento XVI, para “estudar as questões de maior importância” relativas à vida da Igreja Católica na China.
Na mensagem, os participantes neste encontro manifestam “dor pelas provações” que dizem afetar os católicos no país asiático, falando num “clima geral de desorientação e ansiedade face ao futuro”.
Em 2010, contrariando uma prática que se mantinha há vários anos, o regime chinês ordenou um bispo sem o consentimento do Papa e a Associação Patriótica Católica (APC), subordinada a Pequim, promoveu uma assembleia de representantes católicos que foi criticada pela Santa Sé.
A APC foi criada em 1957, para evitar “interferências estrangeiras”, em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.
O comunicado do Vaticano alude ao “triste episódio” da ordenação episcopal de Chengde, reafirmando a sua decisão de não a considerar “inválida”, mas “gravemente ilegítima”, por ser conferida sem mandato pontifício.
A Santa Sé pede aos bispos envolvidos nesta ordenação que procurem “esclarecer a sua posição aos sacerdotes e fiéis”, professando “novamente a sua fidelidade ao Sumo Pontífice” e reparando o “escândalo interno que foi causado”.
Quanto à oitava assembleia nacional dos representantes católicos, o comunicado da Santa Sé retoma a carta escrita por Bento XVI, em 2007, aos fiéis da China, sublinhando que nenhum organismo “estranho à estrutura da Igreja” pode estar acima dos bispos e orientar a vida das comunidades eclesiais.
Nesse contexto, o Vaticano manifesta “viva preocupação” perante a necessidade de escolher bispos para várias dioceses que se encontram vacantes e destaca a importância de promover a formação dos “seminaristas e religiosas, dentro e fora da China”.
Os membros da comissão manifestam o seu reconhecimento pelo interesse do Papa, que seguiu os trabalhos e deixou o convite à oração no próximo dia 24 de maio “pela Igreja na China”.
OC