China: Pequim reconheceu bispo nomeado pelo Papa

Santa Sé manifesta «satisfação» com a decisão

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 12 set 2025 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje o “reconhecimento civil e a tomada de posse do cargo” de D. José Ma Yan’en, que o Papa nomeou como auxiliar de Zhangjiakou (Província de Hebei), a 4 de setembro.

O antigo bispo de Xiwanzi foi nomeado “no âmbito do diálogo relativo à aplicação do Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China”, indica uma nota da sala de imprensa do Vaticano.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé assinalou, em declaração divulgada online, que “estes acontecimentos, fruto do diálogo entre a Santa Sé e as autoridades chinesas, constituem um passo importante no caminho comunitário da nova Diocese”.

“É com satisfação que se toma conhecimento de que hoje, por ocasião da tomada de posse do cargo de bispo auxiliar de Zhangjiakou por S. Ex.ª D. José Ma Yan’en, o seu ministério episcopal é também reconhecido para efeitos do ordenamento civil. Da mesma forma, é também reconhecida civilmente a dignidade episcopal de S. Ex.ª D. Agostinho Cui Tai, bispo emérito de Xuanhua”, indicou Matteo Bruni.

A Santa Sé e a República Popular da China assinaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, a 22 de setembro de 2018, sendo renovado a cada dois anos, desde então.

Este documento não diz respeito às relações diplomáticas entre a Santa Sé e a China, mas ao processo de nomeação de bispos, com o objetivo de permitir que todos os católicos tenham bispos em comunhão com o Papa e reconhecidos por Pequim.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé, a Associação Patriótica Chinesa – APC, e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu após a expulsão da China.

A APC seria criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade direta do Papa.

OC

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