D. José Wang Zhengui foi ordenado no âmbito do Acordo Provisório entre a Santa Sé e Pequim

Cidade do Vaticano, 10 set 2025 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou que o novo bispo de Zhangjiakou, na China, foi ordenado hoje, após nomeação de Leão XIV, que aprovou a sua “candidatura no âmbito do acordo provisório” entre a Santa Sé e Pequim.
Há dois meses, o Papa suprimiu as dioceses de Xiwanzi e Xuanhua, criando a Diocese de Zhangjiakou e nomeando D. José Wang Zhengui como seu primeiro bispo.
Segundo a Santa Sé, a decisão resultou do “desejo de promover o cuidado pastoral do rebanho do Senhor e de atender mais eficazmente ao seu bem espiritual”.
A Diocese de Zhangjiakou tem uma população total de 4 milhões de habitantes, dos quais cerca de 85 mil são católicos, com 89 sacerdotes, precisa o Vaticano.
A Santa Sé e a República Popular da China assinaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, a 22 de setembro de 2018, sendo renovado a cada dois anos, desde então.
Este documento não diz respeito às relações diplomáticas entre a Santa Sé e a China, mas ao processo de nomeação de bispos, com o objetivo de permitir que todos os católicos tenham bispos em comunhão com o Papa e reconhecidos por Pequim.
As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.
Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé, a Associação Patriótica Chinesa – APC, e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu após a expulsão da China.
A APC seria criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade direta do Papa.
OC
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