China: Padre com nacionalidade portuguesa foi nomeado provincial dos jesuítas

Padre Stephen Tong que nasceu em Macau vai ter na fórmula «um país, dois sistemas» o «desafio mais sério»

Foto: Jesuítas

Lisboa, 08 out 2021 (Ecclesia) – O padre Stephen Tong foi nomeado como novo responsável da Província Chinesa da Companhia de Jesus (Jesuítas), que inclui a China continental, Taiwan, Hong Kong e Macau, antiga colónia portuguesa.

Numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) informa que o padre Stephen Tong nasceu em Macau, numa família não católica, em 1963, e tem nacionalidade portuguesa e chinesa.

“Não posso deixar de me alegrar igualmente por ser ele ‘filho da terra’; Sinto-me unido a ele como amigo e companheiro”, disse o padre Luís Sequeira, Jesuíta português, de 72 anos, ao secretariado da AIS em Lisboa.

O sacerdote, que é “uma das figuras mais carismáticas” de Macau, recorda que acompanhou o novo superior provincial “no discernimento da sua vocação à Companhia de Jesus”.

“Embora sentindo a exigência, as dificuldades e os desafios da Missão que o espera como Provincial da Província Chinesa da Companhia de Jesus, tenho muita confiança que o Padre Stephen Tong desempenhará as suas responsabilidades com competência, onde o vigor, a inteligência e a criatividade interagirão”, acrescentou.

A organização pontifícia informa que o padre Stephen Tong foi batizado aos 18 anos, ingressou na Companhia de Jesus em 1990, depois de ter estudado Engenharia Civil, e foi ordenado presbítero no ano 2000.

O novo provincial estudou nos Estados Unidos da América, trabalhou na formação de novos padres em Manila (Filipinas) e, desde 2004, é diretor do Centro Espiritual São Francisco Xavier, em Hong Kong.

Sobre fórmula “um país, dois sistemas” que está em vigor na República Popular da China, o padre Luís Sequeira realça que é “o desafio mais sério das novas responsabilidades” do padre Stephen Tong.

Foto: Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

“Como se pode concretizar um ‘país’ com ‘dois sistemas’, isto é, um sistema guiado pela ideologia marxista e governado pelo regime comunista e outro sistema guiado pela ideologia liberal, capitalista e governado por um regime supostamente democrático? Como colocar a Companhia de Jesus nesta situação?”, acrescentou.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre lembra que o novo provincial da Província Chinesa da Companhia de Jesus teve como antecessor o padre Stephen Chow Sau-yan, que foi nomeado bispo de Hong Kong, pelo Papa Francisco, em maio.

A AIS alerta que a liberdade religiosa na China está atualmente “sujeita à mais séria repressão desde a Revolução Cultural”, a política é mais centralizada, “a repressão é mais intensa e generalizada”, e a tecnologia está a ser aperfeiçoada para a criação de um Estado de vigilância.

CB

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Agência ECCLESIA

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