Um Bispo da Igreja Católica “clandestina” na China foi libertado após ter passado dez anos na prisão, anunciou uma instituição norte-americana de defesa dos direitos religiosos. D. An Shuxin, de 57 anos, detido em Maio de 1996, recuperou a liberdade na sexta-feira e obteve autorização para exercer a sua actividade, anunciou a Cardinal Kung Foundation, sediada nos Estados Unidos. Esta fundação adiantou, contudo, que An Shuxin, Bispo auxiliar da diocese de Baoding na província de Hebei (norte), não aderiu à Igreja oficial sujeita à autoridade do Governo comunista chinês. “Apesar de ter sido libertado, o bispo Shuxin continua sob vigilância”, indicou o comunicado, precisando que estão ainda sob prisão seis Bispos da Igreja Católica clandestina. No comunicado, a Cardinal Kung Foundation disse esperar que esta libertação “não seja um caso isolado, mas o início da libertação das dezenas de outros bispos, padres e fiéis católicos actualmente encarcerados pelas autoridades chinesas em toda a China”. “Isso mostraria a sinceridade da China na sua vontade de melhorar as relações com o Vaticano e a sua política a nível dos direitos humanos”, conclui o texto. A Igreja Católica clandestina na China, fiel ao Papa, é formada por cerca de 8 milhões de pessoas que não aceitam o controlo exercido pelo governo comunista através da Associação Patriótica Católica, instituição que se atribui o direito de nomear bispos ou controlar outros muitos aspectos da vida da Igreja.