China e o catolicismo: um encontro anunciado

A presença do catolicismo na China, em especial depois da epopeia das Descobertas, cruza histórias de coragem e determinação com perseguição, desapontamento e muita incompreensão, de parte a parte. A situação agudizou-se em particular depois da última metade do século XX, com a Revolução Cultural, que ainda hoje é uma sombra para a vida de milhões de católicos neste grande país. Apesar das dificuldades, a Igreja cresce e ganha força, contrariando todos os prognósticos. Em ano de Jogos Olímpicos, é impossível ficar indiferente à situação dos que, por professarem a sua fé, correm o risco de serem presos ou torturados, perdendo tudo o que conquistaram ao longo da vida. Um relato pessoal da vivência da fé católica no gigante asiático chegou através de John Pontifex, da secção inglesa da AIS, que se deslocou à China para testemunhar o notável crescimento da Igreja, apesar da perseguição sofrida, ao longo de décadas, às mãos das autoridades comunistas. Hoje, de facto, as novas gerações de católicos chineses dificilmente podem imaginar o que as gerações anteriores sofreram por causa da fé que professavam. No ponto mais alto da Revolução Cultural, muitos foram mandados para campos de trabalho ou assassinados, às vezes de forma brutal. A memória deste tempo doloroso continua, contudo, muito vivo em quem presenciou estes factos e a divisão da Igreja Católica constitui um entrave ao seu desenvolvimento. A AIS pôde testemunhar, contudo, que o caminho de reconciliação entre a Igreja “oficial” e a dita clandestina é um desejo comum a muitos fiéis. Viajando de noite, foi possível chegar a um santuário, onde se liam as palavras “Unidade e comunhão”, destinado às duas comunidades. “Esta igreja é maravilhosa”, diz um dos seus paroquianos, sublinhando que “é um caso único nesta área”, por congregar os católicos num único espaço. Na viagem da AIS foi possível perceber que, muitas vezes, as comunidades oficiais e clandestinas trabalham em projectos conjuntos, dando um grande sinal de esperança para o futuro, a que se podem somar, sem exagero, o trabalho da própria Ajuda à Igreja que Sofre junto das duas comunidades e os sinais dados por Bento XVI na sua carta de 2007. O encontro está anunciado, resta esperar. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre

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