A diocese chinesa de Xangai iniciou esta Terça-feira o Ano de Matteo Ricci, por ocasião do quarto centenário da morte do missionário jesuíta.
O programa evocativo, que decorre até 11 de Dezembro, foi inaugurado com uma celebração no santuário mariano de Sheshan, nos arredores de Xangai, que reuniu cerca de mil fiéis.
O bispo diocesano, D. Aloysius Jin Luxian, referiu que durante este período a Igreja vai pedir um “novo impulso à tarefa evangelizadora entre os sacerdotes, religiosos e leigos”.
A cerimónia “não constitui apenas uma comemoração, mas também tem um significado prático” para os católicos, explicou o prelado, indicando que eles podem dar continuidade à adaptação da “fé à cultura chinesa” iniciada pelo religioso de origem italiana.
Para o bispo auxiliar de Xangai, D. Joseph Xing Wenzhi, o Padre Ricci (1552-1610) seguiu os costumes chineses, entendeu a cultura chinesa e manteve amizade com intelectuais do país, pelo que “merece ser um modelo” de difusão do Evangelho “nestes tempos de rápidas mudanças”.
A diocese preparou uma agenda de iniciativas que inclui conferências, a composição de um hino, encontros de oração e uma ordenação sacerdotal.
O amigo chinês de Matteo Ricci
As comemorações do quarto centenário da morte do missionário colocam em destaque a acção daquele que é considerado o seu melhor amigo chinês, Paulo Xu Guangqi.
Sem ele, o Pe. Matteo Ricci não teria conseguido completar os seus escritos em chinês nem traduzir as obras clássicas daquele país para latim.
Alguns católicos na China esperam que Xu Guangqi (1562-1633), o primeiro católico de Xangai, possa também ser proclamado santo, juntamente com o Padre Matteo Ricci.
Paulo Xu Guangqi foi oficial do governo imperial chinês e colaborou com o missionário na tradução de textos ocidentais sobre matemática, hidráulica, astronomia, trigonometria e geografia para o idioma chinês, ao mesmo tempo que colaborou na tradução de clássicos do confucionismo para o latim, introduzindo na Europa a filosofia dominante na China.
Xu Guangqi conheceu o Padre Ricci em 1660, tendo sido baptizado três anos depois, recebendo então o nome de Paulo.
Com Zenit