China: avança ordenação de bispo sem autorização do Papa

A Associação Patriótica Católica (APC), apoiada pelo Governo da China, vai ordenar este sábado um bispo, sem a autorização do Papa, apesar das críticas do Vaticano.

O padre Guo Jincai será ordenado bispo, em Chengde, na provincial do Hebei, adiantou Liu Bainian, vice-presidente e homem forte da APC, controlada pelas autoridades, cujos bispos são nomeados pelo Governo.

“O Vaticano foi informado há dois anos sobre a questão da ordenação do padre Guo Jincai, mas nunca deu uma resposta”, disse.

Esta Quinta-feira, em comunicado, a Santa Sé anunciou que esta ordenação seria “considerada como ilícita, prejudicando as relações construtivas que se têm desenvolvido nos tempos mais recentes entre a República Popular da China e a Santa Sé”, prossegue.

O porta-voz do Vaticano revela que o padre Guo Jincai “não recebeu aprovação do Santo Padre para ser ordenado como bispo da Igreja Católica”.

O Vaticano tem manifestado, por diversas vezes, o desejo de que a China respeite a liberdade de culto e de religião no país, cuja ausência afecta de forma especial milhões de católicos que vivem a sua fé na clandestinidade.

Para o restabelecimento de relações diplomáticas, a China exige que o Vaticano deixe de reconhecer Taiwan como país independente e que o Vaticano aceite também a nomeação dos bispos chineses por parte da Associação Patriótica Católica (APC), controlada pelo Estado.

A APC foi criada em 1957, para evitar “interferências estrangeiras”, em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

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