China: Autoridades da Mongólia apertam cerco a católicos ligados ao Vaticano

Vários padres foram presos e estudantes foram expulsos de seminário «clandestino»

Lisboa, 01 mar 2012 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) revelou hoje que a China tem vindo a “acentuar a pressão” sobre os sacerdotes fiéis ao Vaticano na Diocese de Suiyuan, Mongólia interior.

Segundo a organização católica, especializada na informação sobre perseguição e discriminação contra cristãos, vários padres foram detidos a 30 de janeiro e as autoridades multiplicaram ações que visam obrigar os membros do clero “clandestino”, que se mantém ligado a Roma, procurando assim forçar a sua adesão à pela Associação Patriótica Católica (APC), igreja “oficial” controlada por Pequim.

A agência de notícias ‘Églises d’Asie’ relata que, a 14 de fevereiro, funcionários do departamento chinês dos Assuntos Religiosos, fazendo-se acompanhar por agentes da polícia, fizeram uma investida no local onde funciona o seminário “clandestino” da Diocese de Suiyuan, no norte do país, tendo expulsado todos os estudantes.

Dias mais tarde, a polícia conseguiu localizar o administrador diocesano desta Igreja fiel ao Vaticano, padre Gao Jiangping, mantendo-o retido num local que permanece desconhecido.

Na China existem entre oito a 12 milhões de católicos, segundo o Vaticano, divididos entre os que pertencem à Igreja “oficial” e à “clandestina”, fiel a Roma.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC foi criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade do Papa.

O Departamento de Informação da Fundação AIS sublinha que “a perseguição religiosa na China, nomeadamente aos cristãos, parece não querer dar sinais de abrandamento”.

Pequim recusou conceder um visto a Suzan Johnson Cook, embaixadora americana pela liberdade religiosa, que pretendia visitar o país em fevereiro.

AIS/OC

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