Tribunal em Santiago estabeleceu o pagamento de 130 mil euros a cada uma das vítimas
Santiago, 28 mar 2019 (Ecclesia) – A Igreja Católica no Chile foi condenada a pagar 100 milhões de pesos, cerca de 130 mil euros, a cada uma das vítimas de abusos sexuais relacionadas com um processo movido contra o padre Fernando Karadima.
A sentença, lavrada pelo Tribunal de Recurso de Santiago, reconhece os “danos morais” causados pelas ações do ex. sacerdote Fernando Karadigma, já demitido do estado clerical, e dá razão aos apelos de três vítimas de abusos na juventude: o médico James Hamilton, o filósofo José Andrés Murillo e o jornalista Juan Carlos Cruz.
Em comunicado, a Arquidiocese de Santiago do Chile sublinha que “não vai recorrer da sentença agora proferida” e faz votos de “que esta decisão contribua para reparar a dor sofrida pelas vítimas de Fernando Karadima”.
Na mesma nota, pode ler-se ainda que “esta sentença marca um passo importante no processo de restabelecimento da justiça” e também “da confiança” na Igreja Católica no país, “porque aponta diretamente para as falhas que a Igreja cometeu em todo este processo”.
“É essencial que aconteçam agora reformas profundas para garantir que erros como estes nunca mais voltem a acontecer”, completa a Arquidiocese de Santiago do Chile.
Recorde-se que no dia 23 de março, o Papa Francisco aceitou a resignação de D. Ricardo Ezzati, arcebispo de Santiago do Chile, e nomeou como administrador apostólico da arquidiocese D. Celestino Aós Braco.
D. Ricardo Ezzati, que completou 77 anos em janeiro, e por isso já tinha ultrapassado a idade canónica para o desempenho do cargo de arcebispo.
Na altura da despedida, aquele responsável disse estar de “consciência tranquila” e reafirmou que “nunca encobriu ou escondeu” qualquer dos casos que são imputados ao ex. padre Fernando Karadima.
Atualmente no Chile, existem 158 casos de abusos sexuais em aberto contra membros do clero ou leigos integrados Igreja Católica local.
As denúncias envolvem 241 vítimas, 123 das quais eram menores de idade quando sofreram os alegados abusos sexuais.
JCP