Diocese da Guarda procura novas respostas pastorais “Não temos mais remédios senão em procurar os leigos para intervirem na pastoral. Não apenas como executores mas também como programadores e revisores de todo um processo que nós queremos aperfeiçoar sempre e cada vez mais” – disse à Agência ECCLESIA D. Manuel Felício, bispo da Guarda, que terá (28 de Janeiro, 4, 11 e 18 de Fevereiro) encontros com grupos de leigos das quatro zonas pastorais da diocese. A pastoral tem de ser “desclericalizada apesar do clero e dos sacerdotes terem um lugar indispensável tal como a cabeça tem lugar no corpo mas todos os membros devem funcionar para termos um corpo equilibrado” continuou. Com quatro redes de serviço – Presbitério, Comunidades de religiosos/as, Leigos e a Liga dos Servos de Jesus – “temos que interagir o mais possível com o intuito de melhores objectivos pastorais” – disse o bispo da Guarda. Este território eclesial tem “demasiadas paróquias (365) para a população existente (270 mil habitantes). Devido a este facto, é fundamental “juntar paróquias e ter o mais possível a participação dos leigos nos vários ministérios e nos vários serviços” – realça D. Manuel Felício. A diocese da Guarda tem 120 párocos e cerca de 30 padres que prestam serviço mas não podem ser párocos por razões de saúde. “Um pároco tem, necessariamente, que ter várias paróquias mas, em muitas circunstâncias, isso não é o complicado”. A dificuldade reside nas tradições – caminhos percorridos e hábitos gerados – “, às vezes, as pessoas estão a uma distância curta de um determinado serviço mas porque toda a vida na minha terra houve determinado serviço não me desloco ao próximo”. E acrescenta: “é necessário uma mudança de mentalidade nos agentes de pastorais e nas próprias comunidades”. No início do ano, o prelado da Guarda teve um encontro com algumas centenas de leigos e notou que existe “uma vontade de progredir no sentido de um serviço mais qualificado e mais participado onde a responsabilidade é distribuída”. E acrescenta: “mas temos a noção que o percurso é lento”. As comunidades e os agentes de pastoral desta diocese estão a “assimilar a ideia que o bem comum da diocese está sempre á frente dos privilégios e do bem particular”. Estão quase a chegar os primeiros diáconos permanentes Em relação ao Diaconado Permanente, D. Manuel Felício sublinha que esta foi “uma herança boa que encontrei do meu antecessor”. Actualmente, “temos 15 candidatos a diáconos permanentes (estão há 3 anos em formação). A minha previsão é que este ano pastoral possa terminar com a ordenação destes”. A nível vocacional – tal como em todas as diocese -, a Guarda “não foge à regra e a pastoral das vocações é um ponto crítico da situação que estamos a viver”. Esta diocese tem “uma tradição muito boa. Forneceu agentes de pastoral – sacerdotes e religiosos/as – a muitas dioceses, sobretudo a sul do país”. Há muitos missionários saídos das várias paróquias da Guarda. “Temos aqui uma cepa qualificada – neste momento esta cepa precisa novamente de ser abanada. Sofreu o embate desta revolução cultural mas esta revolução cultural não tirou à cepa (diocese) a sua capacidade de resposta”. Bodas de Diamante do Seminário Maior No próximo mês de Maio, o edifício do Seminário Maior vai cumprir 75 anos. Com o intuito de nascerem novas vocações, “estou a articular a colaboração do Departamento da Pastoral Juvenil com o Secretariado Diocesano das Vocações e o Pré-Seminário no sentido de entre si fazerem um esforço para abanarem todos os arciprestados da diocese”. E apela: “peço que se estimule a diocese”. Nesta caminhada vocacional “não há métodos especiais” mas a utilização de uma “linguagem nova e um novo entusiasmo”. Antigamente – explicou D. Manuel Felício – “pescava-se à rede. Agora pesca-se com anzol e as iscas têm de ser bem trabalhadas. Não há iscas que se adaptem a todos”.
