Chávez obriga escolas a aplicar «curriculum bolivariano»

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, avisou este Domingo que os directores das escolas que não apliquem o “curriculum bolivariano” serão presos e reiterou que nacionalizará os colégios e universidades privadas que se recusem a fazê-lo. “Todas as escolas do país devem assumir esse curriculum. Escola que não cumpra, nacionaliza-se! Universidade que não cumpra, nacionaliza-se!”, afirmou Hugo Chávez no seu programa de rádio e televisão, “Aló, Presidente”. Na abertura do ano escolar, Hugo Chávez anunciou que os pilares do novo curriculum são “aprender a criar, aprender a participar e a conviver, aprender a valorizar e aprender a reflectir”. O ministro venezuelano da Educação e irmão do presidente, Adan Chávez, anunciou que o conteúdo do curriculum será conhecido “ao longo do ano escolar”. A Igreja Católica no país tem sido muito crítica desta mudança e teme que o Estado venha a confiscar várias das suas instituições escolares. Na semana passada, um grupo comunitário sequestrou durante seis horas três religiosas da escola “Margarida Bosco”, de Coro, exigindo a transformação da escola numa instituição bolivariana. “A educação na Venezuela, como a deseja o presidente Chávez, não é somente causa de preocupação, mas constitui um perigo para a democracia, e também uma agressão aos direitos universais”,declarou recentemente o Pe. Pedro Freites, reitor do Pontifício Colégio Venezuelano, de Roma. O Pe. Freites sublinhou ainda que se trata de uma tentativa de “impor um sistema educativo hegemónico que, ao invés de educar, faz uma lavagem cerebral às crianças e jovens”. O Estado exerce uma pressão crescente sobre as matérias de ensino e as instituições escolares são obrigadas a utilizar manuais aprovados pelo regime e destinados à “indoutrinação”. Redacção/Lusa

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