Fundo solidário da Conferência Episcopal vai ser regulamentado para responder às necessidades mais urgentes
Os bispos católicos de Portugal estão a estudar a criação de um observatório nacional de acção social, de forma a melhor identificar as necessidades da população em tempo de crise.
A informação foi adiantada aos jornalistas pelo padre Manuel Morujão, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), ao informar sobre o decorrer dos trabalhos da assembleia plenária do organismo, que decorre em Fátima.
Identificar necessidades e gerir apoios, face ao aumento dos pedidos de ajuda, seriam os grandes objectivos do Observatório, que deve ajudar a “ver as urgências que há, circular a informação”.
A Igreja, sublinha o padre Morujão, não pretende substituir o Estado, que “deve cumprir as suas tarefas”.
“A Igreja, quando vê que pode ajudar, deve ajudar e é isso que quer fazer”, acrescenta o secretário da CEP.
Neste contexto, está também em estudo a regulamentação do Fundo Social Solidário, medida, anunciada a 22 de Julho pelo presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo.
O Fundo, adiantou o padre Manuel Morujão, “está a ser regulamentado e a ser aprovado na sua versão final”, para que “haja uma resposta convincente”.
“A acção social da Igreja é uma fatia da resolução da crise com um dinamismo e uma amplidão espantosa”, declarou.
Alimentação, vestuário, rendas de casa, propinas ou medicamentos serão as prioridades desta ajuda de emergência.
Segundo dados fornecidos pela Cáritas Portuguesa, a conta do Fundo Social Solidário recolheu pouco mais de 62 mil Euros até ao momento, um montante que a CEP espera que “vá engrossando”.
O porta-voz da CEP explicou que serão canalizados para o fundo os resultados, por exemplo, da campanha de Natal da Rádio Renascença.
“Os pedidos às várias instituições ligadas à Igreja têm crescido, nalguns pontos têm crescido para o dobro nestes últimos meses”, revelou este responsável, alertando para a “pobreza envergonhada”.
No final da assembleia da CEP, a 11 de Novembro, pelas 14h00, tem lugar uma conferência de imprensa na qual será apresentado o comunicado final.
Redacção/RR/Lusa