Centenas de pessoas aguardam por Bento XVI nas imediações do aeroporto de Lisboa

Confiança em Bento XVI ultrapassa comparações com João Paulo II

O Papa, seja ele quem for, é o representante de Deus na terra: esta é principal convicção de quem espera por Bento XVI junto à Rotunda do Aeroporto, em Lisboa, onde continuam a chegar grupos da cidade e da periferia.

Carlos e Maria Figueiredo descem a Av. Gago Coutinho, debruada de faixas azuis e brancas alusivas à visita do Papa e com meia dúzia de estandartes pendurados nas janelas das vivendas e palacetes que caracterizam esta artéria.

Vão ter com a neta, que a meio da manhã aguarda por Bento XVI, a meio da avenida, juntamente com outras crianças do Colégio São Miguel Arcanjo.

Os avós estão preocupados com o “futuro dos jovens” e esperam que o Papa venha transmitir uma “mensagem de paz e de compreensão” porque, dizem, “anda tudo muito descrente”.

À sombra de uma paragem de autocarro, cinco mulheres e um homem, na casa dos 60 anos acreditam que Bento XVI – como todos os Papas – “foi escolhido pelo Espírito Santo”.

Estes católicos das paróquias da Encarnação e de Benfica reconhecem que Joseph Ratzinger “é mais tímido” do que João Paulo II, mas em contrapartida tem “qualidades” que o Papa polaco não tinha.

A paz no mundo e a preocupação com os mais novos são uma preocupação comum das pessoas com que a Agência ECCLESIA se cruzou.

Junto à Rotunda do Aeroporto, ao sol que já queima, Isabel Abreu, de 65 anos, é uma das oito mulheres que aguarda Bento XVI, e também a chegada de mais grupos da paróquia a que pertence – Portela de Sacavém – e dos Olivais Sul.

“Viemos demonstrar a nossa fé, porque sem ela não podemos viver”, diz, acrescentando que “temos de acolher o Papa como sucessor de Pedro”. “Nós estamos com este Papa até ao fim”, reforça Maria Ribeiro Correia, 67 anos, da comunidade dos Olivais.

Além da pessoa, o seu pensamento: “Sentimos um carinho especial por João Paulo II” mas Bento XVI “tem umas ideias mais à frente e é capaz de dar a volta a isto”, salienta Isabel Abreu, para quem os escritos do Papa alemão são “muito claros e profundos”.

“Vamos estar muito atentas ao que ele diz, sublinha Maria Conceição “Concha”, de 63 anos, que quer ouvir de Bento XVI palavras de “força, esperança e confiança”.

Estrategicamente colocada na esquina da Rotunda do Aeroporto com a Avenida Gago Coutinho, itinerário que o Papa vai seguir quando chegar a Lisboa, uma faixa garante: “Estamos contigo”.

É aqui que começa a formar-se um grupo da paróquia da Apelação, que, se tudo correr como combinado, vai chegar às 80 pessoas.

Eugénio Lopes, de 52 anos, é o líder desta comunidade, toda vestida de t-shirts azuis onde se destaca um ícone de Maria e a frase “Contigo caminhamos na Esperança. Sabedoria e Missão”.

Admite que é “muito difícil substituir um bom comunicador como João Paulo II, mas acredita que Bento XVI, até pelo seu nome, ligado à evangelização da Europa medieval, vai contribuir para dar “um sentido novo” ao continente, “que esteve sempre à frente do pensamento e dos valores” mas que nestes últimos tempos “está a perder identidade”.

António e Cristina Carvalho, de 42 e 28 anos, sentam-se à sombra de um arbusto, com a Lara, de 15 meses, nos braços. Da visita do Bento XVI esperam “um pouco mais de alegria e de esperança”.

“O Papa é o Papa”, diz Tiago Morin, 27 anos, que gostava que a presença de Bento XVI fosse a “confirmação da fé do povo português”, tirou este dia de férias para “mostrar como os católicos amam o Papa”, que é “o nosso representante”.

Junto à rotunda, uma viola anima os cantos de uma roda formada por fiéis de uma comunidade Neo-Catecumenal e uma vendedora sobe e desce a avenida anunciando “É o lencinho de Sua Santidade”.

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