Cardeal português D. José Saraiva Martins recorda devoção de infância e sublinha atualidade da mensagem, 100 anos depois
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 10 mai 2017 (Ecclesia) – A devoção a Nossa Senhora de Fátima também está presente dentro do território do Vaticano, pela mão do cardeal português D. José Saraiva Martins, para quem foi “natural” trazer uma imagem da Cova da Iria para a sua casa.
“Na minha família, os nossos pais falaram-nos de Fátima desde que nascemos”, disse hoje à Agência ECCLESIA, a dois dias de acompanhar o Papa na peregrinação de Francisco a Portugal.
O cardeal Saraiva Martins, nascido na aldeia de Gagos de Jarmelo (Diocese da Guarda), a 6 de Janeiro de 1932, recorda relevo dado nas conversas de casa às várias peregrinações, às celebrações do 13 de maio, uma devoção que foi “aumentando” na sua vida.
“Vou sempre a Fátima nas férias, não deixo de fazer essa visita”, acrescenta, numa experiência comum a tantos emigrantes.
O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) tem na sua capela particular uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, acompanhada pelos dois futuros santos portugueses, Francisco e Jacinta Marto.
A sua canonização, no contexto do centenário das aparições, é para este responsável um momento “muito importante” para a Igreja Católica em Portugal e no mundo, reforçando os “apelos fundamentais” do Evangelho, a começar pela necessidade de “crer”, de testemunha a fé, em cada dia.
D. José Saraiva Martins, que foi convidado pela Livraria do Vaticano para assinar um livro de divulgação da mensagem de Fátima, diz que esta é “ainda mais atual hoje” do que em 1917, convidando os católicos a “aproximar-se cada vez mais intimamente” a Deus e às pessoas, num espírito de real fraternidade, “independentemente da origem, da cultura, da religião”.
“Fátima não é só um lugar de culto, é também uma cátedra, Nossa Senhora veio para ensinar-nos”, insiste.
Além das várias referências a celebrações do 13 de maio, em locais de culto de Roma, é possível encontrar a norte da capital italiana, nos subúrbios de Ottavia, a igreja de Nossa Senhora de Fátima, que ali se ergue desde 1982
A comunidade local celebra desde o dia 4 a novena preparatória do 13 de maio, com várias orações e reflexões ligadas à mensagem de Fátima; já no final do mês, vai ter lugar a peregrinação à Cova da Iria.
A comunidade da igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, vai assinalar o centenário e a visita do Papa na Missa dominical, a 14 de maio, que é tradicionalmente celebrada em língua portuguesa.
OC