Jornalista da Rádio Renascença abordou reportagem feita na Bielorrússia
Fátima, 13 out 2017 (Ecclesia) – A jornalista Aura Miguel, da Rádio Renascença, destacou hoje a força que a Mensagem de Fátima continua a ter em todo o mundo, e que a celebração do Centenário das Aparições ajudou a reforçar.
Em declarações à Agência ECCLESIA, no decurso da peregrinação de 12 e 13 de outubro, a vaticanista abordou o tema numa perspetiva “mediática” e lembrou a reportagem que fez recentemente na Bielorrússia, para a emissora católica portuguesa.
Um trabalho intitulado ‘Fátima na Bielorrússia, uma chama que a URSS não apagou’, que ganhou o prémio para melhor reportagem no âmbito do Centenário das Aparições, promovido pelo Santuário, e que teve em consideração vários pontos de contacto.
Em primeiro lugar o facto de se cumprir também este ano o centenário da revolução comunista que começou na Rússia em 1917 e levou ao surgimento da União Soviética em 1922.
“Uma das facetas da Mensagem de Fátima foi a conversão ou não da Rússia”, onde a referida imposição do regime comunista levou à “anexação de vários países” e causou “milhões de mártires, arrasou completamente a presença cristã” na região, salientou Aura Miguel.
Em segundo lugar, perceber o impacto da Mensagem de Fátima num dos territórios anexados, neste caso a atual Bielorrússia.
E a experiência no terreno, de acordo com Aura Miguel, “foi impressionante”.
“Foi encontrar ali pessoas com uma gratidão imensa, que se consideram amadas e privilegiadas por Nossa Senhora, por no extremo confim da Europa haver uma aldeiazinha (Fátima) onde se falava daquele povo sofredor com este desígnio de misericórdia”, recorda a jornalista.
A reportagem ‘Fátima na Bielorrússia, uma chama que a URSS não apagou’, feita com Joana Bougard, teve como ponto de entrada o facto de a Arquidiocese de Minsk ter declarado 2017 como um ano pastoral dedicado a Fátima e ao Centenário.
Com a ajuda do arcebispo de Minsk, D. Tadeusz Kondrusiewicz, que promoveu visitas pastorais a várias paróquias, as jornalistas da emissora católica portuguesa perceberam o quanto a devoção a Fátima “está entranhada naquele povo”.
Gente que com a anexação “perdeu a liberdade” e o direito ao culto porque “não havia praticamente igrejas abertas”, populações que “tinham que percorrer dezenas de quilómetros para ir à missa”, onde se “ensinava o catecismo e também a Mensagem de Fátima às escondidas”.
E que consideram Fátima e Nossa Senhora “uma fonte de bem e de riqueza impressionante”.
Uma devoção que, de acordo com Aura Miguel, foi possível observar “não só nas gerações mais velhas mas também nas mais novas”.
“Recordo-me de uma mulher com quem falámos que era pequenina quando entrou pela primeira vez a Imagem Peregrina de Fátima na Catedral de Minsk, que tinha sido transformada em ginásio, e que via os adultos a chorar de comoção e não percebia porquê. Isso tudo contamos na reportagem”, frisa Aura Miguel.
Estava-se na altura da queda do Muro de Berlim, que aconteceu em 1989 e paulatinamente levou ao desmoronamento da União Soviética e à declaração de independência dos vários territórios anexados.
“A partir da queda do Muro de Berlim a liberdade religiosa regressou àquelas terras e tudo isso contamos com o objetivo também de nos ajudar a nós a dar o devido valor da riqueza que é a Mensagem de Fátima”, frisou Aura Miguel.
PR/JCP