Movimento incentiva à valorização da família, observando que um país envelhecido «é um país enfraquecido e sem futuro»
Lisboa, 30 jul 2021 (Ecclesia) – O ‘Movimento Acção Ética’ (MAE) alertou para o impacto do envelhecimento em Portugal, que pode gerar “um país enfraquecido e sem futuro”, numa análise aos resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados esta semana pelo INE.
“Talvez a melhor campanha que se poderá realizar para aumentar a natalidade seja a de valorizar a família enquanto instituição humana e pedra angular dos programas sociais do futuro e com futuro”, lê-se num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Para o MAE – fundado pelo economista António Bagão Félix, o jurista Paulo Otero, o médico psiquiatra Pedro Afonso e o médico Vitor Gil -, “mais do que nunca”, é urgente criar um conjunto de medidas que “contrarie este declínio demográfico” e alerta para a “necessidade de melhorar a conciliação entre a vida familiar e profissional”, um dos motivos invocados para os jovens adiarem “cada vez mais a decisão de terem filhos, agravando a baixa natalidade”.
“É necessário reforçar os apoios a projetos e iniciativas de formação e emprego no âmbito dos serviços de apoio à família, a programas específicos de requalificação profissional para as mães após a licença de maternidade ou a licença sem vencimento permitida por lei, assim como estabelecer incentivos legais e fiscais ao trabalho a tempo parcial e teletrabalho”, desenvolvem os responsáveis.
Os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), indicam uma quebra de 2% da população portuguesa; o saldo migratório positivo não foi suficiente para inverter a quebra populacional.
Portugal tem 10 347 892 residentes, menos 214 286 do que em 2011.
O MAE salienta que existe “há muito tempo um problema de fundo”, o défice de nascimentos, que “germina lenta e inexoravelmente.
“Um país envelhecido, com poucas crianças, é um país enfraquecido e sem futuro”, alertam António Bagão Félix, Paulo Otero, Pedro Afonso e Victor Gil.
Em Portugal, nos primeiros três meses deste ano, nasceram menos 2898 bebés, do que em igual período de 2020 (menos 13,7%).
A queda da natalidade tem sido agravada pela crise pandémica, em 2020, nasceram 84 426 bebés em Portugal, o número mais baixo desde 1935.
O MAE salienta que a conjugação do declínio da natalidade e do aumento da esperança de vida “tem vindo a provocar um maior grau de envelhecimento e um aumento da taxa de dependência dos idosos”.
“A vida é o bem supremo, o maior de todos os bens e valores, constituindo um continuum desde a sua conceção até à morte. Desvalorizar qualquer dos seus momentos ou conformar-se com reduções estruturais da natalidade é pôr em causa o seu valor inalienável e intransferível”, desenvolvem, alertando para “a cultura do relativismo do valor da vida”, que tem subsistido nos últimos tempos.
O Movimento Acção Ética, fundado a 1 de janeiro deste ano, tem como lema ‘Vida, Humanismo e Ciência’ e foi apresentado publicamente no dia 10 de março.
CB/OC