Celibato: Teólogos católicos subscrevem petição pedindo reformas

Lisboa, 04 Fev (Ecclesia) – Mais de 140 teólogos católicos de universidades alemãs, suíças e austríacas  subscreveram uma petição a pedir uma reforma de fundo da Igreja, abordando, entre outros, o fim do celibato obrigatório para os padres.

O documento é divulgado esta sexta-feira na edição do jornal alemão «Süddeutsche Zeitung».

A petição tem como título «Igreja 2011: uma renovação indispensável» e inclui ainda um apelo em favor da ordenação sacerdotal de mulheres e da aceitação de uniões entre homossexuais.

Na última semana, o mesmo jornal tinha publicado um memorando, de 1970, enviado aos bispos alemães por um grupo de teólogos, que incluía o actual Papa, Joseph Ratzinger, pedindo um estudo sobre a necessidade do celibato obrigatório para os padres.

No livro-entrevista «Luz do mundo», editado em 2010, Bento XVI defende a posição da Igreja sobre o celibato dos padres, reafirmando que o sacerdócio não se encontra aberto a mulheres ou homossexuais.

O Papa sublinha que “o respeito pela pessoa é absolutamente fundamental e decisivo”, mas que não é por isso que “a homossexualidade se torna moralmente justa”, pelo que “não é conciliável com o ministério sacerdotal”.

Sobre o sacerdócio, Bento XVI lembra a oposição da Igreja Católica sobre a ordenação de mulheres, considerando que “não se trata de não querer, mas de não poder”, porque a Igreja não é “um regime do arbítrio”.

“Não podemos fazer o que queremos, há uma vontade do Senhor para nós, à qual nos agarramos, mesmo que seja cansativa e difícil na cultura e na civilização de hoje”, precisou.

Ao jornalista alemão Peter Seewald, o Papa falou mesmo em “disparate” quando confrontado com o argumento de que há dois mil anos seria “impensável” que Jesus chamasse “mulheres para o sacerdócio”, porque então “o mundo estava cheio de sacerdotisas”.

Bento XVI admite “poder compreender” que alguns bispos queiram reflectir sobre a possibilidade de ordenar homens casados, mas diz que “a dificuldade surge quando é preciso explicar como se deve configurar” a existência entre estes e os celibatários.

O livro «Luz do mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos» resulta de uma conversa entre Bento XVI e Seewald – que já por duas vezes tinha entrevistado Joseph Ratzinger, ainda cardeal – na residência pontifícia de Castel Gandolfo, perto de Roma, entre os dias 26 e 31 de Julho de 2010.

OC

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