D. Manuel Clemente presidiu este domingo à ordenação de dois novos sacerdotes
Lisboa, 30 jun 2014 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa disse este domingo que colocar em causa o celibato dos sacerdotes significa “não apenas ignorar a história” do cristianismo mas também refutar a “vocação cristã” no seu grau mais “definitivo e completo”.
Na homilia da missa das ordenações sacerdotais na Sé, publicada no site do Patriarcado, D. Manuel Clemente recordou que “Jesus não constituiu família humana, para abrir no mundo a família dos filhos de Deus” e que “consequentemente”, o celibato “foi-se afirmando” entre “muitos cristãos e cristãs, antes até das normas canónicas o preverem”.
É esta forma de vida, “que o cristianismo autêntico mantem e oferece”, que “alguma opinião” pública “desvaloriza ou dispensa” e que “o sensualismo dominante da subcultura contemporânea não aceita”, frisou o patriarca lisboeta.
Durante a celebração, D. Manuel Clemente apontou ainda que “sendo verdade que, mesmo na Igreja Católica, há casos de ordenação sacerdotal de homens casados, o celibato não se reduz, como por vezes se ouve, a uma mera questão disciplinar”.
“O celibato e a virgindade consagrada alargam o horizonte e o coração, quer para a paternidade pastoral dos sacerdotes, quer para a universal maternidade da Igreja”, referiu o patriarca de Lisboa, citando uma mensagem que o Papa dirigiu em junho de 2013 a um grupo de seminaristas, noviços e noviças, e também outros jovens em percurso vocacional.
Na mesma ocasião, Francisco salientou que “quando um sacerdote não é pai da sua comunidade, quando uma religiosa não é mãe de todos aqueles com os quais trabalho, torna-se triste”. E aí é que está o “problema”.
Francisco Simões, jovem de 30 anos natural de Évora, e Manuel Charumbo, nascido há 38 anos em Luanda, Angola, foram os dois sacerdotes ordenados na Sé de Lisboa, ambos provenientes do Seminário “Redemptoris Mater”, de Nossa Senhora de Fátima, em Caneças.
Aos novos membros do clero e a toda a comunidade que participou na celebração, o Patriarca de Lisboa sublinhou a necessidade da Igreja Católica lutar contra obstáculos como a “escassez de recursos, de ministros ordenados ou até de entusiasmo para continuar em frente e criatividade para conceber algo novo”.
A Igreja Católica lisboeta está a preparar a realização de um Sínodo, previsto para o final de 2016, que tem como objetivo dar um novo impulso missionário a todas as paróquias.
Realçando que “a evangelização e os seus sucessos só com Deus irão por diante”, D. Manuel Clemente desafiou as pessoas a fazerem da oração uma ferramenta fundamental durante os próximos dois anos.
“Rezemos, e por fim deixemos que Deus faça em nós o que bem entenda, para fazer por nós o que deve ser”, exortou.
JCP