Celebrar a República sem reabrir feridas

Programa comemorativo está a ser preparado e procura envolver toda a sociedade, contando com a colaboração da Igreja As comemorações oficiais do centenário da República querem “mobilizar” a sociedade portuguesa, sem reabrir quaisquer feridas do passado. A garantia foi hoje dada por Artur Santos Silva, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), durante a conferência de imprensa que serviu para apresentar o programa comemorativo. Este responsável frisou que há que evitar uma “visão passadista”, contrapondo-lhe uma preocupação prospectiva, descobrindo elementos que possam ser úteis na construção do futuro do país. Neste sentido, Santos Silva assegurou que nada será feito para “dividir os portugueses”, saudando como um facto “extremamente positivo” a presença de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, entre os membros da Comissão Consultiva da CNCCR. O presidente da Comissão Nacional admite que a “questão religiosa” foi uma das que mais feridas abriu na I República, mas realça que dos contactos mantidos com responsáveis da Igreja fica a certeza de existir “o melhor espírito” em relação às celebrações. A UCP, em particular através do seu Centro de Estudos de História Religiosa, é um dos parceiros de diálogo com que a Comissão conta para esta tarefa. O início oficial das comemorações tem lugar a 31 de Janeiro de 2010, no Porto, mas algumas iniciativas terão lugar já durante 2009. A CNCCR dispões de um orçamento de 10 milhões de Euros, que visam promover a participação das escolas e universidades, manifestações culturais e desportivas, novas publicações e iniciativas científicas, entre outras. A CNCCR assume desde já a importância de envolver as diversas instâncias de soberania, das Regiões Autónomas e das autarquias locais, bem como comunidades portuguesas no exterior, e outras instituições, mas destaca acima de tudo a necessidade de gerar a mobilização e participação da sociedade portuguesa, especialmente nas gerações mais jovens. Artur Santos Silva espera que este ciclo comemorativo sirva para promover a reflexão colectiva sobre a identidade nacional, os valores da República e o desenvolvimento e o futuro das instituições políticas. Neste período, indicou, pretende-se “reforçar a identidade nacional”, aprofundar o o debate em torno da “ética republicana do século XXI”, contribuir para “a renovação da relação entre a República e os cidadãos” e identificar “desafios que se colocam à sociedade portuguesa”, mobilizando de forma particular os os mais novos para a participação cívica. O presidente da CNCCR diz que é essencial “ajudar a desenhar o que poderá ser a refundação da República”. Esta Comissão vai manter-se em funções até 31 de Agosto de 2011, ano em que se celebra o centenário da primeira Constituição republicana, bem como a Lei de Separação do Estado e das Igrejas e ainda a criação das Universidades de Lisboa e Porto. A Comissão (na foto), nomeada pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, tem a seguinte composição: Artur Santos Silva, Francisco Luís Sarsfield Pereira Cabral, João José de Sousa Bonifácio Serra, Maria Fernanda Fernandes Garcia Rollo e Maria Raquel Henriques da Silva. A página oficial das Comemorações encontra-se disponível aqui

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Agência ECCLESIA

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