Celebrar a beatificação da Madre Rita

Em Julho passado as Irmãs do Instituto Jesus, Maria e José viveram o Capítulo Geral, onde elegeram o governo para os próximos seis anos, “este um pouco internacional pois é composto pela Superiora Geral brasileira mais duas da mesma nacionalidade a quem se juntam uma portuguesa e uma angolana”, explica à Agência ECCLESIA a Superiora da Província portuguesa, a Irmã Inês Quental.

Cada seis anos é organizado um Capítulo Geral para rever a espiritualidade e missão. Rever e renovar o carisma que conduz o Instituto Jesus, Maria e José. Desde a fundação, em 1880 pela Madre Rita Amada de Jesus, que as irmãs da Instituição desenvolvem um trabalho apostólico, especialmente vocacionado para a educação das crianças pobres e abandonadas, em ordem à renovação da sociedade e actuando na pastoral familiar.

Em Portugal, o Instituto Jesus, Maria e José tem três comunidades, onde 36 irmãs se dedicam “directamente à educação das crianças”, em infantários, atl’s e creches. Dispõem também de uma comunidade para crianças em risco, dos 0 aos seis anos de idade, em regime de internato.

Dia 3 de Setembro reuniram-se com o Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, para abordar a situação actual da Instituição e “apresentar o novo governo”, aponta a Superiora Geral da Província Portuguesa. O dia 28 de Maio de 2006 representou para o Instituto “uma alegria mas também uma responsabilidade acrescida”, explica.

Esta foi a data da beatificação da Madre Rita Amada de Jesus. A divulgação do carisma e obra da fundadora do Instituto é um dever de toda a Igreja, mas “principalmente nosso”, admite a Ir. Inês Quental. Nesse sentido, com o objectivo de cada vez mais mostrar o carisma da fundadora, está a ser preparado todo um programa para assinalar a data indicada pela Igreja para celebrar a nova beata – 24 de Setembro. Este ano assinala-se o primeiro aniversário da beatificação da Madre Rita Amada de Jesus e o Instituto Jesus, Maria e José não quer deixar passar a data em branco.

O objectivo é fazer uma caminhada na celebração. “É uma santa nova, quer na diocese, quer para a Igreja portuguesa e este percurso ainda não foi feito”, explica à Agência ECCLESIA a Irmã Fernanda, responsável pelo programa das comemorações. O programa quer abranger tanto jovens como pessoas mais velhas. No Sábado, dia 22, junto dos mais jovens “vamos descobrir a sua terra natal e através de várias dinâmicas vamos descobrir quem foi a beata e a sua vida”, ajudados pela contextualização da sua vida na sua terra. À noite vai ter lugar uma celebração eucarística na ruína, local da sua casa e daí “partimos em caminhada até Viseu, até ao local onde está sepultada”. Aqui está previsto um momento de silêncio para posteriormente seguirem para uma das comunidades que o Instituto tem, para “uma reflexão em torno da beata Rita”.

O programa para Domingo será já na cidade de Viseu. Da parte da manhã terá lugar uma conferência sobre “a audácia – uma das características da beata”, seguida depois de Eucaristia. À tarde haverá um convívio com todos os utentes que o Instituto Jesus Maria José auxilia. Toda a diocese está a ser congregada para esta celebração. “Tanto o bispo como os sacerdotes, em especial o pároco de Ribafeita, estão a sensibilizar toda a diocese para a divulgação do programa e para o acolhimento das celebrações”, explica a Irmã Fernanda. O Instituto, oficialmente, nada sabe sobre a constituição de um Santuário dedicado à memória da Madre Rita.

“A devoção do povo quer desenvolver esse projecto”, afirma a Ir. Inês de Quental, mas a Superiora Geral da província portuguesa refuta qualquer envolvimento neste projecto. Foi iniciada a obra de uma igreja dedicada ao Instituto, em Viseu “que receberá os restos mortais da Madre Rita”. Mas a obra ficou entretanto parada, por falta de verba e “em colaboração com a diocese vai agora ser novamente retomada”, ainda sem data agendada para o seu término.

A Irmã Lionir Tomasi, agora eleita Superiora Geral, natural do Rio Grande do Sul, no Brasil, está em trânsito para Angola, local onde vai conhecer a obra que o Instituto Jesus, Maria e José desenvolve. Está em Portugal pela segunda vez. A primeira foi para participar na beatificação da Madre Rita, há um ano atrás. Agora está a tomar conhecimento “mais aprofundado sobre o trabalho realizado na província portuguesa”.

O cultivo dos valores da família e da vida são sublinhado no trabalho pelas irmãs portuguesas, “um desafio contínuo que nos foi deixado pela fundadora”. A nova Superiora Geral dá conta de um “crescimento na devoção a Madre Rita” e acrescenta que o culto “irá aumentar quando a divulgação for maior”, tanto pela própria Igreja como através da criação de um Santuário.

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Agência ECCLESIA

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