Sob o lema: “Acolhe a Diversidade: abre as portas à igualdade”, decorreu, entre os passados dias 17 a 24 de Fevereiro, por todo o país, a Semana Cáritas 2008. As celebrações Nacionais do Dia Cáritas, este ano, estiveram a cargo da Cáritas Diocesana da Guarda. Por decisão da Cáritas Diocesana e tendo em conta o trabalho conjunto que se tem vindo a levar a cabo entre as Cáritas Diocesanas de Salamanca, Ciudad Rodrigo e Guarda, em favor, sobretudo, da zona raiana, o local escolhido para a Celebração Nacional do Dia Cáritas foi Vilar Formoso, em plena zona transfronteiriça. Do programa constou a celebração da Eucaristia, transmitida pela Rádio Renascença, a partir da Igreja Matriz de Vilar Formoso, seguida de Sessão Comemorativa do Dia Nacional da Cáritas. Na Eucaristia, o Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício, centrou-se no tema proposto para essa semana e esse dia, chamando a atenção para que toda a Igreja, a começar pela comunidade paroquial, se organize no que à caridade diz respeito, procurando estar próxima das pessoas, sobretudo, em situação de especial necessidade. Aí, a Cáritas tem um papel crucial, não só a nível nacional e diocesano mas também e, sobretudo, salientou, a nível paroquial porque é aí que a atenção à “diversidade” e à procura da “igualdade” devem ser uma constante. A sessão comemorativa do Dia Cáritas decorreu no Pavilhão Multiusos de Vilar Formoso, contando com a presença de cerca de oito dezenas de pessoas provenientes das Cáritas Diocesanas de Lisboa, Évora, Setúbal, Aveiro, Viseu, Portalegre/Castelo Branco, Guarda, Salamanca e Ciudad Rodrigo. No início da sessão António Salvado Morgado debruçou-se sobre a temática do Dia, adoptando como título da sua intervenção: “Acolhe a Diversidade, abre as portas à igualdade: Um lema para a prática da caridade – Um lema para viver a Esperança”. Numa procura activa de relacionar a temática do Dia Cáritas com a recente encíclica do Papa Bento XVI “Spe Salvi”, tendo escolhido como apartados da sua intervenção: A esperança e a diversidade de esperanças; Caminhos que levam a lado nenhum; Uma análise existencial do ser humano; A verdadeira substância da esperança; Ministros da esperança, o interveniente apontou que “embora centrada na esperança, o texto papal faz emergir a unidade das três virtudes teologias”. António Morgado fez notar que as múltiplas esperanças que se vão manifestando na vida dos seres humanos expressam uma esperança radical: a esperança na felicidade que procuram, a vontade de um amor incondicionado que se realiza na comunhão dos crentes em Jesus Cristo. O interveniente apontou ainda que “a vida eterna esperada é já uma realidade presente: o «ainda não» da esperança é também um «já» do agora”. E por último, indicou que “podem mudar as expectativas e as circunstâncias das nossas esperanças, mas a esperança que salva, essa não muda nem envelhece e aí está a dar satisfação às nossas esperanças”. Seguiram-se intervenções dos vários elementos da Mesa de Sessão. A presidente da Cáritas Diocesana da Guarda manifestou o seu desejo que o futuro seja de esperança, com a colaboração das Cáritas transfronteiriças, para a região raiana. O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca congratulou-se com esta nobre iniciativa e reforçou os laços que se têm vindo a estreitar entre as Cáritas desta zona da fronteira apontando-os como pioneiros a nível ibérico expressando o desejo que os mesmos possam ser replicados por outras Cáritas Diocesanas, de ambos os países. O Secretário Geral da Cáritas Diocesana de Salamanca, José Maria Alvarez, referiu-se à colaboração que tem vindo a ser levada a cabo entre as Cáritas Diocesanas transfronteiriças, sobretudo, desde o ano 2003, com impactos maiores nos dois últimos anos, com várias iniciativas conjuntas que se espera que se intensifiquem, com repercussões mais práticas para os povos da raia. O Presidente da Câmara Municipal de Almeida enalteceu “o estreitar laços cada vez mais fortes com Espanha, desiderato para o qual são bem vindos os contributos de todas as instituições, a começar pela Cáritas e pela paróquia de vilar Formoso, com o empenho especial do pároco e do Padre José Vaz”. D. Manuel da Rocha Felício, na linha da homilia que proferiu, voltou a frisar que a dimensão da caridade deve ser uma preocupação de todas as paróquias para que a Igreja seja verdadeiramente Igreja, e incentivou todas as Cáritas presentes a continuarem a sua prestimosa acção em favor dos mais necessitados.