CCEE: «Sem o crucifixo não podíamos falar em Europa»

Presidente do Conselho das Conferências Episcopais do Velho Continente mostra-se «satisfeito» pela manutenção do símbolo nas escolas italianas

Saint Gallen, Suíça, 18 Mar (Ecclesia) – O Conselho das Conferências Episcopais da Europa mostrou-se hoje satisfeito pela anulação da condenação que tinha recaído sobre o Estado italiano, devido à presença de crucifixos nas salas de aula de escolas públicas.

“Sem o crucifixo não poderíamos falar na Europa que todos nós hoje conhecemos. Portanto, esta vitória é acima de tudo uma vitória da Europa” realçou o presidente do CCEE, cardeal Péter Erdö, em comunicado enviado esta sexta-feira à agência ECCLESIA.

Em apreciação, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo, França, estava o chamado “caso Lautsi”, referente a 2006.

Soile Lautsi, uma cidadã italiana de origem finlandesa, apresentou nessa altura uma queixa contra o Estado de Itália, depois do estabelecimento de ensino público “Vittorino da Feltre”, onde estudavam os seus filhos, se ter recusado a retirar, em 2002, os crucifixos que tinha expostos nas salas de aula.

Depois de uma primeira decisão, em 2009, que apontava para a condenação do Estado italiano, esta segunda decisão, não passível de recurso, representa “uma nova página na história”, defende a CCEE. 

“O veredicto dado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem é um sinal de senso comum, sabedoria e liberdade” sublinha o cardeal Péter Erdö, para quem “uma nova esperança foi dada, não apenas aos cristãos mas a todos os cidadãos europeus, crentes e não crentes”.

O prelado húngaro apontou ainda que esta situação “ameaçava a cultura e tradição do Cristianismo” e poderia “minar a sua identidade”.

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem deliberou favoravelmente por maioria (15 votos contra 2), considerando que a manutenção ou não de crucifixos nas escolas públicas é uma decisão que cabe a cada Estado.

O colectivo de juízes realçou também que não estava em causa qualquer tipo de violação da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, ao contrário do que havia sido alegado.

 

JCP

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