«Não nos resignemos», pede Francisco, em país que faz fronteira com a Rússia
Nur-Sultan, 14 set 2022 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje no Cazaquistão as vítimas da guerra em todo o mundo, com referência à Ucrânia, pedindo o fim da “corrida aos armamentos”.
“Penso em tantos lugares martirizados pela guerra, sobretudo na querida Ucrânia. Não nos habituemos à guerra, não nos resignemos à sua inevitabilidade. Socorramos quem sofre e insistamos para que se tente verdadeiramente alcançar a paz”, disse, no final da Missa a que presidiu no recinto da Expo 2017, perante milhares de pessoas.
“Que terá ainda de acontecer? Quantos mortos teremos ainda de contar antes de as contraposições cederem o passo ao diálogo para bem das pessoas, dos povos e da humanidade? A única saída é a paz, e a única estrada para se chegar lá é o diálogo”, acrescentou, no momento final do segundo dia de visita ao Cazaquistão, que faz fronteira com a Rússia.
Francisco manifestou ainda a sua preocupação ao saber que, “nas últimas horas se acenderam novos focos de tensão na região do Cáucaso”, entre o Azerbaijão e a Arménia, desejando que prevaleça o diálogo e a “concórdia”.
Que o mundo aprenda a construir a paz, inclusive limitando a corrida aos armamentos e convertendo os enormes gastos de guerra em apoio concreto às populações. Obrigado a todos aqueles que acreditam nisto! Obrigado a vós e a quantos são mensageiros de paz e de unidade!”.
Perante representantes da minoria católica, que representa 0,01% da população cazaque, o Papa agradeceu a todos pelo acolhimento que recebeu.
“Saúdo todos vós, irmãos e irmãs, em particular aqueles que vieram doutros países da Ásia central e dos lugares mais distantes desta terra infinda. Abençoo de coração os idosos e os doentes, as crianças e os jovens”, acrescentou.
Na festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz, Francisco uniu-se ao santuário nacional da Rainha da Paz em Ozyornoje.
“À gratidão ao Senhor pelo santo povo de Deus que vive neste grande país junta-se a gratidão pelo seu empenho em promover o diálogo, transformando-se numa prece da paz, paz de que o nosso mundo está sequioso”, concluiu.
No início da Missa, o Papa tinha alertado para a necessidade de construir a paz, a cada momento.
“A paz nunca é conquistada duma vez por todas; há de ser conquistada cada dia, como também a convivência entre etnias e tradições religiosas diversas, o desenvolvimento integral, a justiça social”, referiu, na sua homilia.
OC