Os católicos ucranianos estão optimistas em relação ao futuro. Em entrevista à Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre”, dois sacerdotes greco-católicos ucranianos comentaram a nova realidade política e religiosa na Ucrânia. “Com o novo Governo do Presidente Viktor Yushchenko e da Primeiro-ministro Júlia Tymoshenko, os ucranianos voltaram a ser senhores na sua própria casa”, comentava o Padre Vasyl Kopychyn durante uma entrevista à sede da Fundação. O sacerdote greco-católico da Diocese de Sambir-Drohobych (região ocidental do país) mostra-se optimista em relação ao futuro, após o controverso processo eleitoral de Novembro de 2004, do qual o partido de Viktor Yushchenko acabaria por sair vitorioso. As relações entre a Igreja e o Estado registaram já algumas evoluções mas, como refere o Pe. Kopychyn, existem ainda questões em aberto: “a Igreja Greco-Católica não está reconhecida em termos jurídicos e as propriedades da Igreja não foram ainda restituídas. Estas situações já foram ultrapassadas na maioria dos países da antiga União Soviética”. Contudo, a Igreja Greco-Católica tem esperança que sejam encontradas soluções para estes problemas. “O novo Governo aboliu o Comité para os Assuntos Religiosos que era utilizado pelas administrações anteriores no controle das actividades da Igreja”, refere o sacerdote que admite que levará algum tempo até que se registem progressos, dado que o novo executivo herdou “dificuldades económicas e sociais, bem como uma pesada máquina burocrática”. A nova realidade política, social e económica da Ucrânia provocou também alterações de mentalidades. Segundo o reitor do Seminário do Espírito Santo, na cidade de Lviv, houve alteração de mentalidades e actualmente “são mais genuínos os motivos que levam os jovens a ingressar no seminário”. O Pe. Bhdan Prakh explicou à Ajuda à Igreja que Sofre que as razões económicas não têm o peso que tinham no passado, uma vez que o sacerdócio já não é encarado como uma profissão. “Apesar de os padres continuarem a pertencer à elite intelectual do país, para os jovens licenciados existem hoje cargos mais lucrativos fora da Igreja”, comentou o sacerdote. “Há 4 anos atrás abandonavam o seminário 20 a 25 estudantes por ano, devido a óbvios «motivos ulteriores» na sua vocação. Este número decaiu para 1 a 2 seminaristas/ano”, explicou o reitor do Seminário de Lviv. Actualmente este seminário alberga 226 estudantes de várias eparquias (dioceses) ucranianas mas igualmente de outros países como a Arménia, Rússia e até dos Estados Unidos da América. O Seminário de Lviv, que reabriu as suas portas em 1989, após a queda do Muro de Berlim, passará a funcionar num novo edifício que está a ser construído com o apoio da Ajuda à Igreja que Sofre. A inauguração do novo seminário está prevista para este ano. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre