Os católicos resistiram ao nazismo, e se não o fizeram de uma forma mais contundente foi por «um certo complexo de inferioridade». Esta foi a ideia central comunicada esta semana pelo historiador austríaco Martin Kugler, em Barcelona (Espanha), durante a Exposição Internacional de Cinema sobre a Família. Kugler é o fundador de Europe4Christ.net, um movimento multiconfessional e sócio-político contra o relativismo moral. O historiador, que é um dos maiores especialistas nas relações entre a Igreja Católica e o nazismo, acrescentou que este «complexo católico de inferioridade » e o «medo» têm algumas «analogias» com a situação actual dos católicos. Por outro lado, Martin Kugler esclareceu que o Papa Pio XII «tinha amor pelo povo alemão », mas isto «não significa conivência com os nazis». Kugler explicou que «em 40 dos 44 discursos que o cardeal Eugénio Pacelli (depois Pio XII) fez quando era Núncio (embaixador da Santa Sé) na Alemanha, há críticas ao totalitarismo e ao racismo». «E se não foi mais contundente sendo Papa foi para não desencadear uma perseguição maior contra os católicos, já que houve experiências nesse sentido», expressou Kugler. Um dos filmes projectados na mostra de cinema familiar, que decorreu nos últimos dias em Barcelona por iniciativa do CinemaNet e para a qual Martin Kugler foi convidado, foi “Sophie Scholl”, película que mostra os valores éticos de uns jovens e famílias que lutaram contra o regime nazi por princípios éticos e religiosos, mais que por considerações políticas. Redacção/Zenit