Bento XVI visitará túmulo de João Paulo II Bento XVI falou hoje da morte como “um novo nascimento”, pedindo aos fiéis que não temam esse momento de passagem. Comentando o Salmo 111, na audiência geral desta manhã, o Papa lembrou que na Sagrada Escritura “mais do que um fim, é um novo nascimento”, convidando todos os 20 mil peregrinos presentes na Praça de São Pedro a “rezar pelos nossos entes queridos que já morreram”. A catequese do Papa centrou-se sobre a figura do “justo”, defendendo que “a observância da lei moral é fonte de profunda paz da consciência” e que, para os fiéis, ela é a escolha a fazer “contra qualquer alternativa de sucesso ilusório, obtido através da injustiça e da imoralidade”. A felicidade do homem, disse, está “em dar”. “Na óptica bíblica, a fidelidade à Palavra divina consiste numa escolha fundamental, isto é, a caridade para com os pobres e os necessitados”, acrescentou. Ontem, na Solenidade de Todos os Santos, o Papa exortara os católicos a não temerem a morte, encarando-a “com serenidade”. “A morte é a transição entre a peregrinação terrestre e a pátria do Céu”, defendeu. Referindo-se à festa litúrgica de 1 de Novembro, Bento XVI explicou que ela “faz-nos saborear a alegria de fazer parte da grande família dos amigos de Deus”. “Tornar-se santos, significa realizar plenamente aquilo que já somos enquanto elevados em Cristo Jesus á dignidade de filhos adoptivos”, disse. Bento XVI anunciou que “em união espiritual com todos aqueles que nestes dias se deslocam aos cemitérios para rezar pelos defuntos”, irá hoje às Grutas do Vaticano e terá uma recordação especial pelo Papa João Paulo II. O túmulo do Papa polaco continua a ser destino de uma procissão incessante de fiéis, que aumentou nestes últimos dias. Ontem, muitos compatriotas recordaram o aniversário da ordenação sacerdotal de Karol Wojtyla, que aconteceu no dia 1 de Novembro de 1946, em Cracóvia. Sem filhos não há futuro O maior grupo de peregrinos presente no Vaticano, esta manhã, pertencia à Associação italiana das Famílias numerosas. Numa saudação especial, o Papa frisou a “centralidade da família, célula fundadora da sociedade e primeiro lugar de acolhimento e de serviço à vida”. “No actual contexto social, os núcleos familiares com muitos filhos constituem um testemunho de fé, de coragem e de optimismo, porque sem filhos não há futuro”, disse. Em conclusão, Bento XVI deixou votos para que “sejam promovidas intervenções sociais e legislativas adequadas para apoiar as famílias numerosas, que constituem uma riqueza e uma esperança para o país”.
