Católicos e muçulmanos procuram «salvar» o Natal na Inglaterra

O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, tinha falado neste Domingo numa “guerra” contra o Natal na Inglaterra e, como que a confirmar a suspeita, muçulmanos e agnósticos juntam-se aos cristãos para “salvar” a celebração do Nascimento de Jesus. O caso não é para menos: uma sondagem realizada para a BBC revela que menos de metade das crianças britânicas, entre os 7 e os 11 anos, sabe que o Natal celebra o nascimento de Jesus; os jovens da Irlanda do Norte são mais instruídos na matéria, sendo que 71 por cento sabe a resposta correcta. Na maior parte dos casos, a justificação dada para o “apagamento” das tradições natalícias está na necessidade de não ofender outras religiões ou sensibilidades. É , contudo, precisamente do Christian Muslim Forum, uma iniciativa de cooperação entre cristãos e muçulmanos, que parte um comunicado no qual se afirma que “excluir ou não mencionar um qualquer acontecimento ou celebração religiosa para evitar ofender alguém acaba por ofender a maior parte da população”. Os protestos viraram-se, em boa parte, contra o Royal Mail, serviço postal britânico que este ano eliminou qualquer referência cristã dos seus selos: só há renas, árvores de Natal, bonecos de neve e pais natais. Nenhuma imagem lembra, como em ocasiões anteriores, o Nascimento de Cristo. As queixas extravasam o âmbito “confessional”. Jeff Randall, jornalista do diário britânico The Telegraph, assume-se como um “agnóstico com tendência ligeiramente crente” e condena o “ressentimento absurdo” contra o Natal, bem como o projecto de “converter o Cristianismo num crime”. “Muitos não-cristãos estão verdadeiramente perplexos perante este desejo de auto-humilhação. Não são muçulmanos, judeus ou hindus os que estão por detrás do impulso de secularização do Natal”, escreve.

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