Católicos da Palestina pedem diálogo com o Hamas

Dez dias após o início da operação militar israelita na Faixa de Gaza, que já vitimou mais de 500 pessoas, a Igreja Católica palestina pediu a abertura de um diálogo com o Hamas. “O Hamas não é um monstro. É um movimento de resistência contra a ocupação israelita dos territórios palestinos e agora, mais do que nunca, é necessário dialogar para terminar com este trágico conflito”, disse à ANSA o Pe. Raed Abushalia. Abushalia é sacerdote de Taybeh, a única vila inteiramente cristã no território palestino, a cerca de 15 quilómetros de Ramallah, na Cisjordânia. Ex-porta-voz do Patriarcado de Jerusalém, o sacerdote defende o diálogo com o grupo palestino, que define como “um partido democraticamente e legitimamente eleito”. Abushalia garante não querer “justificar de forma alguma a violência do Hamas”, mas lembra que o partido “não pede o impossível”. “Desde que chegaram ao poder, afirmaram estar prontos para uma longa trégua se Israel se retirasse aos confins demarcados em 1967”, lembrou o padre. Além disso, “Hamas aceitou o plano da Liga Árabe em 2006 e confirmou o mesmo plano dois meses atrás em Damasco. Eles pedem para viver em paz”, ressaltou. Israel “não deu ao Hamas uma oportunidade para governar”, acusou Abushalia, que apontou a “ocupação israelita nos território palestinos” como a origem do conflito. “A estrada para chegar à paz e à liberdade é muito simples: terminar a ocupação”, disparou o sacerdote, director da primeira rádio cristã da região. Para Abushalia, a operação israelita na Faixa de Gaza “é completamente desproporcional porque vem de um exército armado até os dentes, entre os mais fortes do mundo” e vai trazer “morte e destruição e não segurança e paz”. “O povo palestino, apesar de dividido territorialmente, é único e unido”, lembra o padre. “Cristãos e muçulmanos palestinos, de Gaza e Belém, somos o mesmo povo.” REdacção/ANSA

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