Católica: Universidade espera aumentar o número de admissões ao curso de Medicina

Reitora da UCP afirma que visita do Papa Francisco foi «o evento» do ano 2023 para a universidade e pretende assumir as iniciativas de voluntariado dos alunos como «parte integrante do currículo académico»

Foto Agência ECCLESIA

Lisboa, 03 fev 2024 (Ecclesia) – A reitora da Universidade Católica Portuguesa disse que a visita do Papa Francisco foi “o evento” da instituição, referiu-se à concretização da cátedra “Francisco e Clara”, este ano, e, no futuro, espera aumentar o número de admissões em Medicina.

“Esperamos que a realidade da necessidade de formação de médicos no país faça com que as instituições sejam sensatas e permitam aumentar o número de admissões ao curso de Medicina”, afirmou Isabel Capeloa Gil em entrevista à Agência ECCLESIA.

A reitora da Universidade Católica Portuguesa lembra que “é evidente” que é necessário alargar o número de turmas no curso de Medicina na Católica, porque ficam de fora “um número alargadíssimo de estudantes” e sobretudo porque são precisos médicos em Portugal.

“Precisamos de médicos? Claro que precisamos de médicos. A situação dos sistemas de saúde no nosso país, sobretudo o sistema público, é inadmissível. Eu nunca imaginaria que se iria nascer em Portugal como está agora a acontecer”, alertou.

Este domingo assinala-se o Dia Universidade Católica Portuguesa (UCP), por iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, que este ano tem por tema “Uma nova coreografia do saber”, inspirado nos desafios deixados pelo Papa Francisco quando visitou a sede da instituição, em agosto de 2023.

“A visita do Papa Francisco à sede da universidade Católica, em Lisboa, foi o evento do ano e, para mim enquanto reitora, foi o evento dos anos em que tenho sido reitora desta instituição”, disse Isabel Capeloa Gil na entrevista que vai ser emitida este domingo, no programa 70×7.

A reitora da UCP lembrou os desafios do Papa Francisco à universidade, nomeadamente a “missão servir a sociedade”, contribuindo para a sua coesão e para um desenvolvimento “que dignifica as pessoas, que promove a equidade, a justiça social e um conhecimento ao serviço das pessoas”, e apontou para o papel da cátedra Francisco e Clara na concretização dessa missão.

Estamos a lançar neste ano uma das ofertas que fizemos ao Papa Francisco ,que lhe dedicamos, a cátedra Francisco e Clara que tem como objetivo o desenvolvimento de um conjunto de iniciativas que organizem e regimentem a comunidade académica para apensar a forma como a economia, e não só, pode contribuir e tem a responsabilidade de contribuir para criar uma sociedade mais coesa, mais próxima do ambiente, mais próxima das pessoas”.

A reitora da UCP disse que este ano de 2024 vai ser anunciado o professor titular da cátedra Francisco e Clara, sendo realizadas iniciativas ao longo dos próximos meses.

Isabel Capeloa Gil referiu-se também às atividades de responsabildiade social e sustentabilidade ambiental e ao propósito de “creditar as iniciativa de voluntariado” dos alunos, assumindo-as como “parte integrante do currículo académico” e como “parte integrante do modelo de aprendizagem”, e valorizou o projeto “Saber Mais”, que promove admissões à UCP de alunos “que nunca pensariam chegar à universidade”.

Referindo-se aos 20 anos da assinatura da Concordata entre o Estado Português e o Vaticano, tratado internacional que enquadra também a Universidade Católica, Isabel Capeloa Gil lembrou o estatuto específico da Católica, enquanto universidade “pública não estatal”, que segue os “critérios de qualidade” como qualquer universidade pública, mas tem uma gestão própria e não conta, atualmente, com qualquer apoio do Estado.

“Na Europa, é a única universidade católica que não tem apoio público”, disse a também presidente da Federação Internacional das Universidade Católicas.

Isabel Capeloa Gil considera que a sua presença, como reitora, em organismos nacionais e internacionais potencia a universidade, “da mesma maneira que o sucesso, o trabalho da universidade, permite projetar os seus professores, certamente os seus reitores”.

A entrevista à reitora da UCP é emitida no programa 70×7 deste domingo, Dia da Universidade Católica Portuguesa, às 17h30, na RTP2

PR

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Agência ECCLESIA

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