Cativar alunos é tarefa dos professores de EMRC

Criatividade, energia e empatia são algumas das qualidades testemunhadas pelos professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) ouvidos pelo programa da Igreja Católica na Antena 1, nesta semana dedicada à disciplina que cruza os doze anos do ensino básico e secundário.

Cada faixa etária tem características que exigem respostas próprias, como refere Ricardo Homem, professor de EMRC há cinco anos, que fala de uma sintonia “muito reconfortante” entre ele e as crianças no 1.º Ciclo.

“Quando chegamos aos mais velhos há outro tipo de relação que se consegue estabelecer, e isso facilita imenso a passagem de testemunhos e da mensagem cristã”, explica o docente, que gosta de acompanhar o crescimento dos jovens ao longo dos anos.

O percurso de Maria João Palma, que lecciona a disciplina há 11 anos, também revela a capacidade de adaptação à idade dos alunos, não só no que respeita à pedagogia – neste aspecto as suas preocupações são semelhantes às dos professores de outras áreas do saber – mas também no que concerne à psicologia evolutiva da religião.

Depois de seis anos a ensinar EMRC a jovens do 3.º Ciclo e Secundário – cuja maturidade, diz, proporciona aulas mais interessantes e com mais “substância” –, transitou para turmas do primeiro Ciclo: “foi um choque, precisei de me adaptar”, reconhece.

Passado o primeiro impacto, afirma “adorar” dar aulas às crianças porque “aderem a todas as actividades com entusiasmo” e “têm uma abertura ao transcendente fantástica”.

Cativar os estudantes para uma disciplina de frequência facultativa é uma das maiores preocupações dos professores ouvidos pela ECCLESIA: “Hoje em dia é muito difícil ter os nossos alunos”, admite Ricardo Homem.

Música, filmes, cartazes, trabalhos e Bíblia – leitura que é novidade para um número cada vez maior de crianças e jovens – são alguns dos recursos usados pelo docente, que também investe em actividades fora da sala de aula, nomeadamente passeios à Serra da Estrela ou a Santiago de Compostela.

Maria João Palma procura surpreender os alunos todos os dias: “se levarmos sempre as mesmas actividades, eles cansam-se”, refere a docente que, à conta das aulas de EMRC criou dois blogues – “Ser Mais!” e “Peixinhos no Sótão”.

“Tem a ver com esta paixão de ser professora de Moral, e também por me sentir sozinha”, não porque no país haja poucos colegas mas porque em muitos casos as escolas só têm um docente afecto ao ensino da disciplina.

Os dois docentes fazem uma avaliação positiva da profissão, que também é missão. Maria João Palma diz que por vezes chega ao fim do dia “exausta mas muito preenchida” e Ricardo Homem salienta os sorrisos e a “avidez” de ouvir coisas novas que encontra nos seus alunos.

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Agência ECCLESIA

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