Bispo auxiliar de Lisboa participou nas Jornadas Nacionais de Catequese que decorrem em Fátima

Fátima, 18 out 2025 (Ecclesia) – D. Alexandre Palma disse que a Igreja está atenta à “transformação de linguagens”, deve continuar esse processo, sabendo que os textos bíblicos, a palavra, “têm uma enorme capacidade de falar”.
“Os textos bíblicos têm uma enorme capacidade de falar. Falaram com muita eloquência no passado, creio que não falam com menos eloquência no presente. A experiência que eu creio que fazemos é que quando damos a Palavra de Deus às pessoas, elas sentem-se diretamente interpeladas por Deus à Igreja”, afirmou o bispo auxiliar de Lisboa em declarações à Agência ECCLESIA.
Falando nas Jornadas Nacionais de Catequese, que decorre em Fátima, o bispo auxiliar de Lisboa apontou a “enorme capacidade das história bíblicas” continuarem a dialogar com o “leitor contemporâneo”, procurando sentido.
“Eu não sou nada pessimista acerca deste tempo. Eu acho que nós estamos numa enorme transformação das nossas linguagens, para dar um conceito mais aberto, mas sim, temos também perigos de uma espécie de erosão da nossa gramática, do nosso vocabulário, o empobrecimento da nossa capacidade de falar, que necessariamente é um desafio para a fé, porque empobrece a fé”, reconheceu.
Mas D. Alexandre Palma sublinha que a Igreja já reconheceu não poder passar sem a linguagem “imagética” e que está a procurar usá-la.
“Há hoje a parte mais imagética, mais da iconografia, e outro tipo de linguagens para as quais nós também devemos estar atentos. Eu acho que nós estamos atentos, estamos a usá-las, acho que podemos sempre usá-las melhor, com mais consciência”, indicou.
Na conferência que proferiu, D. Alexandre Palma, referiu que a Igreja é o principal agente na preservação e tradução da fé para cada época.
“O primeiro sujeito crente é o sujeito eclesial, composto de indivíduos, comunidades, paróquias e movimentos. A Igreja é o grande sujeito do discernimento do que é a fé, do que se pode dizer, como se deve anunciar e celebrar», destacou.
O bispo auxiliar de Lisboa apelou a uma visão dinâmica da fé, lembrando que a Igreja continua a ser chamada a traduzir a mensagem de Jesus para os desafios do presente.
“A fé cristã é dinâmica e viaja na História. É um processo vivo, que a Igreja fará no futuro, tal como fez no passado, e tenho a certeza de que o faz também no presente”, completou.
As Jornadas contam com a participação de mil e cem catequistas de 20 dioceses do país.
LS
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